Destaque em peça LGBT, ator da Broadway entrega desejo de audiovisual: 'Batendo na porta'
Caras
Prestes a completar 30 anos, o ator André Torquato se diz feliz e empolgado com o caminho que já construiu até aqui. Em cartaz com a peça A Herança, de Bruno Fagundes, o ator que já foi destaque na Broadway reflete sobre a importância de explorar as vivências da comunidade LGBTQIA+ nos espetáculos e revela o desejo de trabalhar com audiovisual. "Estou batendo na porta."
Em entrevista à CARAS Brasil, Torquato, que esteve na montagem brasileira do musical da Broadway West Side Story, celebra o sucesso e desafios de A Herança, que começa nova temporada em junho. Na trama, o ator interpreta dois personagens distintos, um homem vindo de uma família muito rica e um garoto de programa de origem bastante humilde, e debate em como eles são tratados.
"Os dois expõem uma lupa em cima de uma questão social muito forte", explica ele. "Eu sou um artista da comunidade LGBTQIA+, sou um homem gay. Tenho muito interesse em continuar explorando artisticamente a vivência da nossa comunidade", completa Torquato, que também pode ser visto em uma curta temporada do musical Tatuagem, inspirado no filme homônimo de Hilton Lacerda.
Torquato conta que o musical estreou no ano passado e enfrentou muita dificuldade em questões financeiras. Porém, a peça se tornou seu "xodó" pelo sucesso que fez e também pela ligação que criou com outros membros do elenco. O artista revela que começou sua carreira profissionalmente com apenas 15 anos, e afirma que, apesar das dificuldades, não trocaria de profissão.
Leia também: Bruno Fagundes comemora sucesso de peça LGBTQIA+ em São Paulo
"Minha família não tinha ninguém que era artista, mas sempre foi uma família muito artística. [Mas, meus pais] confiaram e acreditaram que eu poderia fazer disso [a arte] uma carreira. O plano A, que era ser artista, sempre foi considerado sério", relembra ele sobre o apoio e confiança que recebeu da família para com sua carreira.
Em relação a projetos individuais, o artista recentemente apresentou VULCA, seu show solo. Ele conta que o espetáculo surgiu em meio ao desespero e ócio da pandemia de Covid-19, e que costuma demorar bastante para produzir trabalhos autorais. Agora, ele se vê encarando novos desafios, como a relação com as redes sociais, que se estreitou ainda mais após os anos de isolamento social.
Torquato diz que tenta levar sua relação de uma maneira leve, mas que acaba encontrando obstáculos no caminho. "Tenho muita dificuldade de entender como ferramenta de trabalho, gostaria muito de não precisar utilizar. Hoje em dia o mercado, infelizmente, está funcionando com os números de seguidores para conseguir determinados trabalhos artísticos ou não", lamenta.
No entanto, ele afirma que sempre busca entender as mudanças que aconteceram nos últimos anos de maneira positiva e isso se aplica para o aniversário de 30 anos. "Olho para trás e fico feliz com a minha história e com os caminhos que ainda quero trilhar. Está leve, achei que fosse rolar uma crise, mas estou empolgado", diz ele, que prepara um musical para o ano que vem. "Só a minha lombar não está tão empolgada, mas estou feliz."