Estilista da Chanel une indústria e cultura em desfile no Reino Unido
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A tradicional apresentação Métiers d’art, da grife, que ocorre anualmente em diferentes cidades ao redor do mundo, desta vez foi levada até Manchester, no Reino Unido. A escolha parece pouco óbvia se pensarmos nos outros destinos que já receberam este desfile da Chanel, que enaltece todo o trabalho de artesãos locais e promove eventos de imersão na cultura e no estilo de vida da cidade-sede.
Manchester pode parecer menos glamourosa em comparação a Tóquio, Dakar, Nova York ou Roma — outras cidades que já sediaram esta apresentação da marca —, mas a verdade é que a história da cidade, sua ligação com as artes e com a própria trajetória da lendária estilista Coco Chanel (1883-1971) a tornaram uma escolha coerente não só com a estética que vem sendo praticada pela estilista francesa Virginie Viard (62) desde que ela assumiu o principal posto criativo da maison, mas com o atual momento de expansão da Chanel em território britânico.
A cidade é conhecida como um importante polo têxtil mundial e o berço do surgimento de algumas das mais conhecidas bandas ao longo das décadas. Essa união entre indústria e cultura se manifestou na coleção por meio dos clássicos conjuntos de tweed da maison, que tiveram sua origem quando Coco Chanel mantinha uma relação íntima com Hugh Grosvenor (1879-1953), segundo Duque de Westminster, e se inspirava em seus típicos trajes de caça.
A cena musical foi revivida por Viard por meio de tailleurs, de vestidos, de macacões, capas e de boinas que transitavam visualmente entre as décadas de 1960 e 1980. Uma coleção que enaltece não só a excelência da manufatura britânica, mas a cultura local de uma cidade que continua contribuindo com o progresso da indústria têxtil e com manifestações artísticas valiosas que expandem nossa ideia de luxo, de glamour e de fashionismo.
FOTOS: GETTY IMAGES