Malvino Salvador foca no empreendedorismo e sela paz com a maturidade: 'Não tenho recalques'
Caras
Na jornada do herói, conceito proposto pelo autor Joseph Campbell, o personagem recebe um chamado à aventura que o leva por um caminho de autoconhecimento. Protagonista de sua própria história, Malvino Salvador (48) quer continuar embarcando em novas empreitadas, sem medo do passar do tempo. “Não vivo com arrependimentos de não ter perseguido os sonhos que mais desejava alcançar. Para mim, a beleza da vida está em estabelecer novos objetivos à medida que envelhecemos, e a maturidade nos oferece a serenidade e confiança necessárias para isso”, define o ator, em bate-papo com CARAS, sobre como consegue se dividir entre o empreendedorismo e a arte, e qual a lição mais valiosa que pretende deixar para a família formada com a eleita, Kyra Gracie (38), e os quatro herdeiros: Sofia (14), Ayra (8), Kyara (6) e o pequeno Rayan (2).
– Como é sua relação com a passagem do tempo?
– É uma estupidez ridicularizar os idosos, pois eles nos têm muito a ensinar. Minha relação com o envelhecimento é moldada pela ideia de que cada um de nós vive sua própria jornada. Eu creio fortemente que na terceira idade serei uma pessoa de espírito elevado, alto-astral, aproveitando cada momento com intensidade.
– Você se arrepende de algo que fez ou deixou de fazer na juventude? O que a maturidade te ensinou?
– Se pudesse voltar no tempo, faria tudo outra vez. Não tenho recalques. Tanto os erros quanto os acertos, encaro com satisfação e orgulho, pois ambos me moldaram. A maturidade, por sua vez, me trouxe uma perspectiva mais clara e uma tomada de decisão mais precisa. Ela me ensinou o valor da segurança, do equilíbrio emocional e da importância de cultivar relações profundas e significativas. Na juventude, o bacana mesmo é ter a ousadia de explorar e se jogar! São os erros que nos proporcionam os aprendizados mais valiosos da vida.
– Como sua relação com o corpo e a aparência se transformou ao longo dos anos?
– Teve um período na adolescência que tive um estirão de crescimento e, por isso, fiquei muito magro. Ao me olhar no espelho, notava que o meu joelho estava mais grosso do que a coxa! Isso me incomodava. Lembro que queria ficar forte como o Schwarzenegger. Comecei a fazer musculação aos 16 e fui ganhando um biotipo que me agradava mais. Não precisava ficar igual ao Schwarzenegger! Eu gosto de me cuidar e isso me faz bem. Mas creio ser uma pessoa bem equilibrada quanto a isso.
– A fama de sex symbol já te incomodou? Como percebe esse lado da sua imagem agora?
– Sempre me senti lisonjeado com os elogios. Por volta dos 16, mudei de colégio e a professora fez uma dinâmica em sala em que os alunos trocavam bilhetes anonimamente. Lembro de ter ficado encabulado com o volume de mensagens que recebi e aquilo me fez perceber um lado meu que, até então, minha insegurança havia ofuscado. Aquilo, de certa maneira, me empoderou. Mas essa percepção nunca alterou minha essência ou a forma de tratar as pessoas ao meu redor. Ser visto dessa maneira nunca influenciou minhas decisões ou dominou os meus pensamentos.
– Você e a Kyra são exemplos de um relacionamento sólido. Como esse romance evoluiu?
– O nosso amor é uma construção diária baseada em respeito mútuo, comunicação e apoio incondicional. Valorizamos cada momento juntos, encaramos os desafios como se nós fôssemos uma grande equipe.
– Como a paternidade te fez o homem que você é hoje?
– Meu papel como pai é uma das minhas maiores alegrias e responsabilidades. Priorizo meus filhos acima de tudo, garantindo que nada interfira no tempo e no comprometimento que dedico a eles. A paternidade incutiu em mim uma noção mais profunda de responsabilidade, amor incondicional e paciência… Me ensinou a priorizar as necessidades e o bem-estar dos meus filhos em detrimento dos meus desejos.
– Como dá conta de conciliar a rotina da carreira artística e a vida empresarial?
– Conciliar a carreira artística com a vida empresarial é, sem dúvida, um grande desafio. No período em que estive envolvido em um projeto intenso, como a série O Negociador, a rotina se tornou bastante exigente. Sacrifiquei momentos valiosos em família, permanecendo em São Paulo durante os dias de semana por cerca de cinco meses. Em relação aos compromissos empresariais, precisei fazer ajustes, realocando tarefas para os finais de semana ou gerenciando-as remotamente.
– O que você mais espera conquistar que ainda não conseguiu? Qual seu maior sonho?
– Minha maior aspiração é fortalecer o crescimento das minhas empresas para alcançar uma estabilidade financeira robusta. Esse objetivo não é apenas por uma questão de segurança pessoal, mas também para garantir que possa oferecer as melhores oportunidades para meus filhos. Embora já tenha realizado muitos dos meus sonhos, vejo a construção de um legado financeiro sólido e sustentável como a próxima grande conquista. Não apenas vai refletir o sucesso nos meus empreendimentos, mas também proporcionará um futuro mais seguro para minha família.
FOTOS: MÁRCIO FARIAS, STYLING: SAMANTHA SCSZERB, AGRADECIMENTO: WINDSOR MARAPENDI, ASSESSORIA: STAMPA COMUNICAÇÃO