Maternidade inspira Juliana Didone dentro e fora de cena: 'Fiquei mais pé no chão'
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Dizem que a arte imita a vida. E vice-versa! Nos últimos tempos, a máxima tem sido uma realidade para Juliana Didone (39). Ela acaba de reestrear nos palcos cariocas a peça 60 Dias de Neblina, cujo enredo faz um passeio bem-humorado pelas dores e delícias da maternidade, universo que a atriz respira dentro e fora de cena. “A mensagem principal é que a maternidade é o encontro com um grande desconhecido. A gente quer mostrar que é normal sentir a mistura de sentimentos entre a maior alegria
do mundo e o desespero de achar que não vai dar conta. Essa dualidade é normal”, aponta ela.
Mãe de Liz (5), da relação com o ex, Flávio Rossi (44), Juliana sabe muito bem do que está falando, afinal, sentiu — e ainda sente — na pele cada descoberta. “Eu tinha a ilusão de que era só o instinto e o amor, mas não é, né? Tem cansaço, culpa e uma responsabilidade emocional, afetiva e financeira absurda. Eu também não tinha a menor noção do que era sentir esse amor avassalador e que te deixa mais forte, porque, por um filho, você ressignifica o cansaço, o medo, a vontade de desistir”, define ela, que, assim como a maioria da mamães, precisou lidar com dificuldades.
“No início, foi pesado me adequar a esse novo papel. Você não tem mais o livre-arbítrio para fazer o que quiser, na hora que quiser, ir aonde quiser. Além disso, eu estava me separando, a Liz com poucos meses. É como se tudo ganhasse uma lente de aumento e a gente fica mais sensível”, recorda a artista. Hoje, mais madura e sem romantizar a maternidade, Juliana tem tirado tudo de letra. “Todo dia tenho a certeza de que é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Sou apaixonada pela minha filha. Ela me salvou de muitas coisas, me salva todo dia, me ensina. Ela já é uma miniparceira da vida”, comemora.
Assim como os novos aprendizados, as mudanças foram inevitáveis. “Eu era muito distraída e fiquei
objetiva, mais pé no chão. Antes, o tempo era só para mim, agora, é dividido, até porque, na maior parte do tempo, sou mãe solo, pois o pai dela mora em outro estado. Fiquei mais sensível também. Quando você se torna mãe, você não é mais o centro do mundo e acaba sendo um exercício olhar para o mundo, para o todo”, avalia Juliana. Solteira, a atriz também ficou mais cautelosa nas relações. “Meu coração está tranquilo, mas isso não significa estar sozinha! Para expor uma relação com a Liz, as coisas precisam estar mais definidas dentro de mim, tem que estabelecer um lugar muito seguro afetivamente para poder inseri-la nessa relação”, fala ela.
Movida a desafios, Juliana reestreou a peça sem patrocínio. “A gente acredita no projeto. É um momento de acolhimento, em que você vai poder rir e chorar sem se sentir julgada. A sociedade ainda não entendeu como é importante falarmos sobre a sobrecarga mental da mulher, mas a arte resiste, e a gente está aí com essa nossa nova temporada”, festeja a atriz, cujo monólogo é inspirado no best-seller homônimo de Rafaela Carvalho e conta com a direção de Beth Goulart (62) e texto de Renata Mizrahi (44).
Dividida entre tantos papéis, Juliana ainda encontra tempo para a moda! Recentemente, ela lançou uma collab de looks fluidos com a grife YOM, da artista plástica Melina Rubin. “Minha carreira tem as artes cênicas e a moda bem entrelaçadas, sempre gostei. O ponto de partida foi pensar na mulher que é múltipla, que desempenha várias tarefas no dia”, explica a gaúcha, que não para! Este ano ela ainda estreia um longa de Luiz Pinheiro, além da série O Som e a Sílaba, de Miguel Falabella (67).
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