Nova aposta da Globo, Filipe Bragança, de Elas por Elas, colhe frutos de seu talento: 'Preparado'
Caras
É inegável o quanto o ator Filipe Bragança (23) tem se destacado. No ar como o Giovanni da trama global das 6, Elas por Elas, em breve ele será visto como um vilão na série Justiça 2, também da emissora. Além disso, ainda estará nas telonas como o cantor Sidney Magal (73), no filme Meu Sangue Ferve por Você. Parece pouco? Não para ele, que nos últimos meses esteve nas séries Betinho – No Fio da Navalha, Últimas Férias, Só Se For por Amor e Dom. Ufa! “Me parece uma crescente natural”, avalia o goiano, em papo exclusivo com CARAS no hotel Laghetto Stilo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Feliz com o reconhecimento, o artista se diverte com os elogios que recebe, explica como lida com o novo título de galã e conta por que está solteiro.
– Você estreou na TV criança, mas agora ganhou mais destaque. Como entende isso?
– Me parece uma crescente natural. Desde que me entendo por gente sou ator. Desde os 5 anos de idade trabalho com isso e desde os 13 anos estou no audiovisual com mais consistência, que foi quando fiz Chiquititas. Não aconteceu comigo o que sinto que acontece com alguns atores, que é um sucesso absurdo, do nada. Claro, não estou tirando o mérito dessas pessoas, mas não é o meu caso. Sinto que estou trabalhando há muitos anos para isso e fico orgulhoso, porque hoje me percebo em um lugar de destaque. Ao mesmo tempo, não é um lugar de tanta evidência, por que senão, pergunto: para onde vou crescer? Mas me parece um processo muito natural e quero continuar trabalhando.
– Muitos sites o colocam como a nova aposta da TV Globo. Só que você já fez outros trabalhos.
– É a primeira vez na TV Globo com um papel de destaque mesmo. Fiz Órfãos da Terra, uma novela das 6 que foi maravilhosa, mas era um personagem menor e não tratava-se de um galã, eu era um nerdzinho, um personagem diferente e que fazia todo sentido com a minha idade na época. Agora, é a primeira vez que tenho destaque, mas não consigo pensar que ‘nossa, agora estou sendo visto’ porque eu já estava fazendo muitas outras coisas antes. Mas, de fato, não tem como negar que a TV Globo é a maior potência do audiovisual e é ali que as pessoas ganham muito mais visibilidade. Agora, se eu sou a nova aposta, aí é com a TV Globo, não sei o que eles estão pensando. Mas eu adoraria ser, né (risos)?! Espero que eu seja, me sinto preparado para isso.
– O Giovanni também te elevou ao posto de galã. Como lida com o título?
– Lido como lidaria com qualquer personagem. Existe, sim, a imagem do galã e ele existe tanto por parte do público quanto da própria TV Globo, em querer investir em atores como galãs, em atrizes como musas, nos seus mocinhos e mocinhas... mas isso em nada interfere no meu trabalho, porque eu sou ator. Eu posso fazer um galã — e sim, o Giovanni é um galã —, mas também posso fazer um vilão, posso fazer coisas diferentes. É claro que se for para abraçar o galã, eu abraço, assim como faço com Giovanni, o que não diminui o meu trabalho e não muda em nada a forma como eu vou caracterizar aquele personagem.
– Mas gosta dos elogios?
– Eu abraço. Se ser o galã envolve também elogios e que o público interaja dessa forma, tudo bem, faz parte. Assim como se eu estiver fazendo um vilão é muito possível que eu seja odiado e as pessoas me xinguem e eu também vou amar. Me divirto com os comentários, mas espero que as pessoas reconheçam também o meu trabalho para além da minha aparência, porque é isso que me interessa.
– Você é discreto na internet. É mais caseiro, foge do glamour?
– Eu levo uma vida normal e realmente me percebo bem mais low profile do que muita gente. Eu não vou para tantas festas, que sempre têm os famosos. Eu fico pensando: ‘Quero ir nessa festa?’. Porque eu não quero ir só para fazer close, vou se estiver a fim. Eu sou supercaseiro. E o meu trabalho é como o de qualquer pessoa, inclusive de quem trabalha no audiovisual ou no teatro. O meu trabalho não é mais importante do que o da pessoa que limpa o camarim ou do maquiador, do cara da produção. A única diferença é que a gente está exposto e isso tem todas as suas vantagens e desvantagens. É saber lidar e eu lido com bastante tranquilidade.
– Começar a trabalhar cedo te fez pensar assim?
– Talvez. E meus pais também são artistas, minha mãe é atriz, meu pai é bailarino, então tem uma condução importante por parte deles, de me conscientizar que é uma profissão normal. Por exemplo, eu fui à mostra em São Paulo assistir ao filme do Magal e, de repente, você se sente muito interessante, o seu ego dá uma inflada, as pessoas querem falar com você, te elogiam, você dá um monte de entrevista. E aí foi engraçado, porque eu passei por esse momento que foi um êxtase, eu estava muito feliz. Aí, cheguei em casa e fui lavar minha louça, tirei meu lixo. Essa é a vida e eu gosto que seja assim. Eu sempre entendi que tudo era efêmero, que era passageiro e segue sendo assim.
– Você já disse que está solteiro porque se considera uma pessoa chata. Como assim?
– São mil coisas que a terapia também ajuda a gente a entender (risos). Mas acho que eu sou chato, porque sou muito racional e, às vezes, o racional fala mais alto do que o emocional, quando, na verdade, numa relação, é o emocional que deve conduzir, né? O racional faz parte disso, mas é preciso ter equilíbrio, então acho que esse é um problema. E agora minha cabeça está tão voltada ao trabalho, a novela está exigindo tanto de mim que estou com preguiça de sair, de conhecer gente nova, de me dedicar, porque uma relação é um comprometimento com o outro, você precisa estar disponível e eu não sei até que ponto eu estou agora. E eu sou chato, sou meio exigente, não sei exatamente o que estou procurando, mas sei que estou solteiro há tanto tempo porque, quando eu encontrar alguém, é realmente porque eu quero ter alguma coisa. Não significa que vou casar com essa pessoa, mas que eu tenha interesse em construir uma relação que não seja só um namoro de três meses.
FOTOS: CADU PILOTTO; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; BELEZA: VIVI GONZO; AGRADECIMENTOS
HOTEL LAGHETTO STILO BARRA, BREDA UOMO, AMIL CONFECÇÕES, HERMES INOCÊNCIO