Paolla Oliveira, Sabrina Sato e Erika Januza levam beleza, empoderamento e força à avenida
Caras
Marcado pela alegria contagiante, cores e fantasias, além da junção de diversos ritmos, o carnaval não seria completo sem a presença das musas que levam gingado e samba no pé aos desfiles das escolas de samba. Seja na Marquês de Sapucaí, no Rio, ou no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, elas desempenham papel fundamental na celebração. “O carnaval é um momento especial. Nele, eu me divirto, procuro existir e procuro reverberar coisas que, como mulher, me são caras na vida como um todo, não somente nessa época”, reflete a atriz Paolla Oliveira (41).
Rainha de Bateria da Grande Rio, ela segue radiante e com a mesma paixão que a levou ao posto pela primeira vez, no carnaval de 2009. Agora, muito mais madura e segura de si, Paolla também é recordista: pela quinta vez ocupa o lugar de rainha da agremiação. Antes, a escola costumava manter as rainhas de bateria por, no máximo, dois anos consecutivos na avenida. “Fico muito feliz por isso. A Grande Rio merece criar raízes cada vez mais sólidas porque tem uma comunidade presente, fiel, engajada”, entrega.
“Acredito no compromisso de que, enquanto essa comunidade me aceitar nesse lugar, vou seguir respeitando e buscando o máximo de identificação com cada um, especialmente com as mulheres”, diz a atriz, que desfilou pela Grande Rio em 2009 e 2010, voltando ao posto somente em 2020, de onde não saiu mais. “Garantida estou”, celebra. Com charme, carisma e muito samba no pé, as musas da folia exaltam a figura feminina, a diversidade e a aceitação da beleza em todas as suas formas.
À frente da bateria na Gaviões da Fiel, em São Paulo, e na Vila Isabel, no Rio, a apresentadora Sabrina Sato (42) não esconde seu amor pela grande festa. “O carnaval mostra realmente a força do brasileiro, a resiliência. É algo que só tem aqui e é só nosso. Uma vez que você vê uma escola passar na sua frente, essa energia mexe muito”, diz ela. Há 20 anos com a escola paulistana, Sabrina tem uma trajetória tão intensa, que decidiu registrar os detalhes de sua preparação no reality Carnaval da Sabrina, exibido pelo GNT e ainda disponível no Multishow. “É um capítulo encantado da minha vida”, define.
Por trás de toda magia que levam para a avenida, estão meses de dedicação e trabalho árduo, envolvendo ensaios, cuidados com a saúde e preparação física. “Tento ser o máximo presente, me dedico, me importo com minha escola. O carnaval é a época mais feliz do ano para mim”, conta a atriz Erika Januza (38), rainha de bateria da Unidos da Viradouro. Pelo terceiro ano à frente da vermelho e branco de Niterói, ela garante que paixão e, principalmente, disciplina, são essenciais para garantir o sucesso de uma festa tão grandiosa como o carnaval. “Eu me alimento melhor, faço um bom check-up para saber como está minha saúde e me dedico mais à malhação”, detalha ela.
“O principal preparo para mim é ensaiar com minha escola, minha bateria. O samba é um cardio poderoso e estar em comunidade nessa preparação só me traz benefícios. Além, claro, do envolvimento com o enredo, com os ritmistas e aprimoramento do fôlego, que são essenciais para atravessar bem a Sapucaí e a maratona de ensaios”, emenda Erika, que durante os treinos deste ano ainda celebrou o encontro com a dançarina baiana Lore Improta (30), uma das musas da escola.
“O carnaval é a época do ano mais agitada na minha agenda, eu trabalho e me preparo o ano inteiro esperando por esses dias. Me divido entre Salvador e Rio de Janeiro, então, é uma correria”, avisa Lore, eleita do cantor Leo Santana (35). A maratona do carnaval soteropolitano, claro, tem lugar especial no coração de Lore, que não se abala diante das diferenças regionais. “Sempre sambei e dancei a vida inteira e gosto disso, mas o samba da Bahia é totalmente diferente do samba do Rio de Janeiro, então há alguns detalhes que a gente precisa estudar. A cada ano eu aprendo mais e, a cada momento que eu passar na Sapucaí, a cada ensaio, estarei evoluindo ainda mais”, afirma a bailarina.
Há quase 30 anos cruzando a avenida — ela desfila desde 1995 —, Viviane Araújo (48) escreveu e ainda escreve uma história de amor com o carnaval. Este ano, a diva segue como rainha de bateria da Salgueiro, no Rio, e da Mancha Verde, em São Paulo. “Ser rainha é isso: é você abraçar a escola de uma forma inteira, não só com os seus ritmistas. Me vejo não só como rainha de bateria, me vejo como uma rainha da escola, que tem essa relação com todos os segmentos. Amo todos de paixão”, afirma ela, consagrada como um dos grandes nomes do carnaval. “É como se eu tivesse encontrado a minha alma gêmea no carnaval. Já passei por várias escolas e fui muito bem recebida, muito amada. Até hoje tenho carinho e respeito por todas as escolas que já passei”, afirma Viviane.
Além de todo o preparo físico envolvido, está também o cuidado emocional. “Esse tipo de preparação quase ninguém fala. É importante para lidar não só com as adversidades, mas também com a quantidade de carinho que recebo e com todas as fortes emoções que o carnaval me traz”, revela Paolla. Recentemente, inclusive, a atriz foi alvo de críticas e comentários envolvendo seu corpo, peso e idade. Embora se considere uma mulher que sempre se encaixou em todos os padrões de beleza impostos pela sociedade, ela decidiu dar um basta aos julgamentos.
“Respondo, argumento, faço vídeos. Me sinto corajosa de estar fazendo isso. Do alto do meu privilégio, uma mulher branca padrão, bem-sucedida, eu estou falando: eles não me deixam em paz”, lamenta ela, que procura não se abalar. “Crítica sempre nos afeta, seria hipocrisia dizer que não. Só não quero dar mais atenção do que devo e nem vou virar apenas uma vertente de tudo que gira em torno dos assuntos importantes na pauta feminina. Já entendemos que todas nós, enquanto mulheres, compartilhamos em algum lugar das mesmas pressões. Está dito”, afirma a estrela, eleita do sambista Diogo Nogueira (42).
As palavras de Paolla são compartilhadas por Erika, que ainda exalta o valor da diversidade. “Tenho acompanhado esse infeliz movimento. As pessoas gastam muito tempo como juízes da vida alheia. Ter sua opinião é válido. Mas diminuir os outros não. Estar ali como rainha, musa ou o que quer que seja dentro do carnaval demanda uma superdedicação”, afirma a atriz.
“Acho, sim, importante uma figura com destaque saber sambar, pois se trata de uma escola de samba, mas cada pessoa samba de um jeito, com suas características. E não vou e nem quero ficar igual a ninguém. Se a gente não se blindar, a gente pira. A beleza do carnaval está na diversidade. O carnaval é uma época tão feliz e é para todos”, pontua Erika.
Às vésperas da estreia na avenida, as emoções ficam ainda mais à flor da pele. “Eu estou feliz igual criança! Quanta honra e emoção me tornar musa da Grande Rio! Viver o carnaval carioca é, sem dúvida, uma experiência que me preenche e energiza. Viver esse sonho, nessa escola que tanto amo, tem um gosto mais especial. Eu me sinto pronta para celebrar Duque de Caxias e fazer parte dessa história”, avisa Mariana Goldfarb (33), estreante na Marquês de Sapucaí este ano.
Na agremiação, Mariana ainda dividirá os holofotes com nomes como Gardênia Cavalcanti (44), Adriana Bombom (50) e Milaide Mihaile (34). “Eu amo a energia deste lugar! Espetáculo, produção, empregos gerados o ano inteiro, vontade, energia e todos assistindo tudo que a comunidade preparou para apresentar”, ressalta Gardênia. Democrática, a folia atrai estrelas de todas as áreas e a avenida do samba ainda contará com o brilha de Lexa (28), Gracyanne Barbosa (40) e Rafa Kalimann (30): cada uma com seu próprio gingado!
FOTOS: AGNEWS E MARCIO FARIAS