La Dolce Villa, novidade da Netflix, é baseada em uma história real?
Cinebuzz
A comédia romântica La Dolce Villa, estrelada por Scott Foley e Maia Reficco, estreou na Netflix na última semana (dia 13 de fevereiro) e logo entrou no Top 10 da plataforma.
Dirigida por Mark Waters, a novidade traz uma narrativa envolvente ambientada nas pitorescas paisagens italianas. Muitos se perguntaram: A história é baseada em fatos?
Do que se trata a história?
Eric (Scott Foley) é um empresário de sucesso que, preocupado com as decisões impulsivas de sua filha Olivia (Maia Reficco), viaja para a Itália com o objetivo de impedir que ela invista todas as suas economias na reforma de uma antiga vila na Toscana.
No entanto, ao chegar, Eric se vê encantado pela beleza local e pela calorosa comunidade, especialmente pela prefeita Francesca (Violante Placido). O que começa como uma missão de resgate financeira se transforma em uma jornada de autodescoberta, onde Eric encontra novos propósitos, romance e uma renovada conexão familiar.
Afinal, La Dolce Villa é baseado em uma história real?
Sim e não. A premissa do filme é inspirada em iniciativas reais de diversas cidades italianas que, para combater o despovoamento, oferecem propriedades por preços simbólicos, frequentemente por apenas 1 euro.
Essas ofertas atraem compradores dispostos a reformar e habitar essas casas, contribuindo para a revitalização das comunidades locais. Regiões como Sicília, Abruzzo e Toscana estão entre as que adotaram esse programa.
Embora o custo inicial seja extremamente baixo, os compradores devem estar preparados para investir em reformas significativas, garantindo que as propriedades atendam aos padrões habitacionais modernos. Além disso, há compromissos, como concluir as renovações dentro de um período específico e, em alguns casos, estabelecer residência permanente ou abrir um negócio na região. Essas iniciativas têm despertado interesse mundial, oferecendo oportunidades únicas para aqueles que desejam recomeçar em cenários idílicos italianos.
Caso real
A história e os personagens de La Dolce Villa não existem na vida real, mas casos de propriedades vendidas por valores baixos acontece fora das telas. Uma reportagem publicada em 2024 pelo CNN Travel destacou a cidade de Patrica, localizada ao sul de Roma, na região central da Itália.
Com uma população de aproximadamente 3 mil habitantes, o vilarejo é caracterizado por suas construções do início do século XX e oferece uma vista panorâmica para um vale. Apesar de sua beleza e charme, Patrica enfrenta um dilema em relação ao seu patrimônio imobiliário.
Desde a implementação do programa nacional conhecido como 1 Euro Houses, em 2017, a cidade possui propriedades que poderiam ser vendidas por apenas um euro. No entanto, até o ano passado, somente duas dessas casas foram efetivamente transacionadas.
A iniciativa visa atrair novos residentes para pequenas localidades que têm visto sua população diminuir, especialmente entre os jovens que buscam oportunidades melhores em outros lugares.
Desde a sua criação, 75 municípios aderiram ao programa, sendo a maioria deles situada no sul da Itália, uma região que historicamente apresenta índices socioeconômicos mais baixos em comparação ao norte do país.
Contudo, é um equívoco acreditar que adquirir uma casa por um euro seja um processo simples; as condições envolvidas são bastante complexas e exigem investimentos adicionais significativos.
O valor simbólico de um euro é apenas o primeiro passo. Ao fechar o negócio, o comprador deve arcar com taxas de corretagem e impostos sobre a escritura, além de apresentar em até um ano um plano para avaliação e restauração da propriedade.
Após isso, o novo proprietário deve solicitar licenças para iniciar as reformas dentro de um prazo estipulado pela prefeitura, normalmente três anos. Para garantir o cumprimento das obras, o governo pode exigir um depósito de até 5 mil euros.
Um estudo realizado pela CNBC revelou que alguns americanos que adquiriram imóveis através do programa desembolsaram entre 38 mil e 479 mil dólares (aproximadamente R$ 190 mil a R$ 2,4 milhões), incluindo impostos e reformas.
Cada município tem autonomia sobre os procedimentos relacionados às propriedades disponíveis. O governo atua como intermediário entre vendedores e potenciais compradores.
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