"O Lado Bom de Ser Traída", novo filme erótico da Netflix, erra ao insistir em ter uma história | Crítica
Cinebuzz
Você, provavelmente, não assistiria a filmes pornográficos no seu celular em meio a um metrô cheio de pessoas, não é mesmo? Porém, em 2015, era perfeitamente razoável ver muitas pessoas imersas nos livros da trilogia Cinquenta Tons de Cinza, que narrava o romance apimentado de Anastasia Steele e Christian Grey, e ganhou o mundo após a estreia da adaptação da obra de E. L. James nos cinemas.
Cinquenta Tons de Cinza- e as suas sequências, Cinquenta Tons Mais Escuros (2017) e Cinquenta Tons de Liberdade (2018) - foram um sucesso, tanto literário quanto cinematográfico, criando um caminho para que outras produções do gênero pudessem seguir, como foi o caso de 365 Dias (2020), Desejo Proibido (2023) e, agora, O Lado Bom de Ser Traída, nova produção nacional da Netflix, que estreia nesta quarta-feira (25) no catálogo da plataforma de streaming.
Na história, baseada no livro homônimo de Sue Hecker, uma das autoras de livros eróticos de maior sucesso do Brasil, conhecemos a advogada Babi (Giovanna Lancellotti), que descobre estar sendo traída pelo noivo, Caio (Micael), às vésperas de seu casamento. Ela, então, decide romper o relacionamento e seguir sua vida sozinha, mas seus caminhos acabam cruzando com o do misterioso juiz Marco (Leandro Lima).
Apesar de, inicialmente, ainda estar muito envolvida no fracasso de seu noivado, Babi fica curiosa e decide dar uma chance para um possível relacionamento com Marco. Porém, apesar de tudo parecer um sonho, eles têm problemas para lidar, especialmente a advogada, que descobre que seu ex-noivo pode ter sido responsável por fraudar o escritório em que eles são sócios.
O Lado Bom de Ser Traída, inicialmente, parece uma cópia fiel de Cinquenta Tons de Cinza, desde as cenas de sexo extremamente floreadas, que são ótimas de assistir, mas não seriam tão fáceis de reproduzir por quem se atrevesse; até a trilha sonora, composta por sucessos de artistas como Iza e Anitta em versões sensuais, como aconteceu no primeiro filme da trilogia estadunidense com Crazy in Love, de Beyoncé.
Não seria um problema tão grande, se fosse o caso. O ponto comum dessas histórias é que os romances apresentados tanto em Cinquenta Tons de Cinza quanto em 365 Dias, Desejo Proibido e, agora, O Lado Bom de Ser Traída são fora do comum, carnais e, especialmente, proibidos, o que os tornam extremamente atraentes. Dedicados ao público feminino, são filmes para que, ao assisti-los, essas mulheres se imaginem na pele de Anastasia Steele, Laura Biel ou Babi.
Porém, a nova aposta da Netflix peca ao fugir do romance para tentar construir uma história. Apesar das prévias extremamente eróticas divulgadas pela plataforma de streaming, o sexo representa uma parte bastante ínfima da história. Em um dos momentos do filme, quando Babi e Marco já estão investidos no relacionamento, O Lado Bom de Ser Traída escapa de se tornar um soft porn com uma montagem dos protagonistas se encontrando e transando em todos os lugares possíveis.
O recurso chega a ser ridículo, principalmente se lembrarmos que é algo recorrente em filmes de comédia, por exemplo, e só serve para dar espaço para uma história que, sinceramente, ninguém estava interessado. Quem der o play em O Lado Bom de Ser Traída, assim como curiosos fizeram o mesmo com Cinquenta Tons de Cinza ou 365 Dias, vai fazê-lo por interesse em ver as cenas picantes da produção. Se não fosse por isso, os atraentes Giovanna Lancellotti e Leandro Lima não seriam escalados para o trabalho.
Ainda assim, o filme insiste em criar uma trama fraca e desinteressante, que mal segura o espectador. Meia hora sem as cenas de sexo depois, a vontade é de desligar O Lado Bom de Ser Traída e procurar algo melhor para fazer, porque ele não rende como um suspense tanto quanto gostaria. É um soft porn, mas que preferiu não abraçar a sua natureza e, portanto, não serve nem pra agradar às viúvas de Cinquenta Tons de Cinza. Ou talvez sirva e nós estejamos testemunhando o começo de um novo sucesso do cinema. É esperar para ver.
Leia o texto original publicado em Rolling Stone Brasil, parceiro de CineBuzz, clicando aqui!
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