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Show do Talking Heads vira coisa de cinema em filme-concerto "Stop Making Sense"
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Show do Talking Heads vira coisa de cinema em filme-concerto "Stop Making Sense"

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27/08/2024 16h16
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16333455/original/open-uri20240827-18-1ka0t5k?1724775863
©Divulgação/A24
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1983. Los Angeles, California. A banda Talking Heads realiza uma série de quatro apresentações no Hollywood Pantages Theatre para a divulgação de seu mais novo álbum, “Speaking in Tongues”. O diretor Jonathan Demme é contratado para filmar a turnê intitulada “Stop Making Sense”, o resultado é um dos filmes-concerto mais prestigiados da história do cinema.

Quarenta anos depois, o registro ganha uma versão remasterizada pela A24 em 4K e retorna às telonas em busca de encantar os olhares de uma nova geração de espectadores e relembrar aos já conhecedores da obra o quão especial, cinematográfico e mágico este espetáculo é. Mas o que faz de um show filmado coisa de cinema?

Existem diversos fatores, dos jogos e ângulos de câmera à edição das imagens, passando pela preocupação com a mise-en-scène que nos dá certo senso de perspectiva, entre muitos outros, mas aqui o maior diferencial é Jonathan Demme, diretor de “O Silêncio dos Inocentes” (1991) e “Filadélfia” (1993), que até então nunca havia trabalho em um projeto de tamanha magnitude. Demme captura a energia visceral da banda americana em uma obra que passa longe de ser apenas um show filmado, “Stop Making Sense” é a síntese do fazer cinema.

Já nos primeiros minutos do espetáculo, Demme nos situa no palco revelando seu astro principal aos poucos, filmando primeiramente apenas os pés do vocalista David Byrne em direção ao microfone para abrir a noite com “Psycho Killer”, uma das músicas mais clássicas dos Talking Heads. A partir dali, o cineasta trata cada membro do grupo como um personagem que vai se incorporando à sua narrativa que não tem falas - a não ser as letras das canções.

A cada novo número, que podem ser tidos como novas encenações, um membro se junta ao que já estava no palco até que todos estejam ali dispostos juntos de seus instrumentos - acompanhamos as montagens como se estivéssemos diante do processo de feitura do cenário. Todo e qualquer movimento importa para a câmera de Demme. Música após música, o diretor focaliza a novidade em cena com uma característica já particular de seu cinema: o close-up, movimento clássico da sétima arte que pode significar inúmeras coisas, a depender do dono da câmera.

Em “Stop Making Sense”, Demme nos aproxima dos artistas para nos incitar alguma reação a partir dos movimentos e caras e bocas do grupo musical. Mas não são apenas os planos fechados que fazem do filme coisa de cinema. Cinema é imagem em movimento e Byrne não pára quieto em nenhum instante. O frontman chega ao ápice de explorar o corporal na performance da música "Girlfriend Is Better", para a qual se apresenta com um terno de homem de negócios de tamanho extra grande, valorizando sua imponência e suas dimensões no palco.

Diferentemente dos demais tipos de filmes, nos quais as reações do público não são possíveis de serem captadas, em “Stop Making Sense”, sutilmente, Demme mostra a plateia. É interessante notar como os presentes no Hollywood Pantages Theatre começam tímidos, todos sentados e, no decorrer do show, vão se empolgando e levantando, até o ponto de dançarem em seus lugares, animados pelos Talking Heads. O que a A24 pretende com o lançamento dessa remasterização em 4K é o mesmo: fazer com que vibremos em nossos lugares diante de uma experiência digna de ser vista no cinema e que nos leva diretamente a 1983, afinal, a magia do cinema é essa.

 

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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