25 anos sem Leandro: os bastidores da morte no relato de quem acompanhou tudo
Contigo!
A morte do cantor Leandro completa 25 anos nesta sexta-feira (23). Em 1998, o Brasil chorou a perda do cantor que partiu no auge da carreira. Na época, as músicas com o irmão Leonardo estavam entre as mais tocadas em todo o Brasil.
Recentemente, a assessora Ede Cury, que acompanhou todo o momento turbulento até a morte do cantor, contou detalhes inéditos de como foram aqueles meses. "Ele foi no dentista e fez uma chapa e apareceu o tumor. Foi aí que começou a nossa saga", contou ela ao canal de André Piunti.
Ela contou que na época ela imaginou que ele ia se curar e resolveu marcar uma coletiva para contar para todo o Brasil. "Achavam que era uma jogada de marketing minha. Ele não poderia mais fazer shows e a gente tinha que dar uma explicação", relembrou ela.
A assessora também disse que Leonardo ficou em processo de negação."Todos nós achávamos que ela ia se curar. Do dia da descoberta até a morte foram 63 dias", disse ela. Ela contou que Leandro chegou a embarcar para os Estados Unidos para tentar um tratamento com o médico que descobriu o Tumor de Askin, que foi o tipo de câncer diagnosticado no cantor.
"Naquela época, o Jornal Nacional, a imprensa escrita, era tudo pessoalmente. Eu tinha uma estratégia que eu descia em horários. Eu fala nos momentos de telejornalismo. Eu fazia um texto pra mim, baseado em uma linguagem mais simples e dava um dado. Eu descia e falava. Eu falava o mesmo texto", contou ela.
A MORTE DE LEANDRO
Na conversa, ela afirmou que soube antes que o sertanejo não ia resistir. "Os médicos já tinham em chamado e falado que ele não ia aguentar. A família foi toda para o hospital, menos o Leonardo que estava fazendo show, estava na Bahia. Eu não sei como, mas as coisas vão vazando", contou ela.
A jornalista lembrou que na época foi montado um esquema de guerra para que nada se tornasse público sem passar pela assessoria. "Uma foto dele na UTI valia cem mil dólares. A gente colocou seguranças de costas na UTI e todo mundo era revistado", relembra.
Assim que foi confirmada a morte do cantor, Ede Cury conta que a família ficou desesperada e sumiu. Perplexa e muito abalada com a notícia, coube a ela correr atrás dos trâmites. "Quando o Leandro foi embora, sumiu todo mundo. Eu só encontrei o motorista do Leandro. Ficou aquilo: como vai ser? Onde vai ser? E eu tinha que vestir o Leandro. E agora?”, contou ela que ainda disse que pediu ajuda para o motorista, Robson, ir buscar a roupa com a qual ele seria enterrado.
Ela então afirmou que o rapaz trouxe um chapéu usado pelo sertanejo durante uma aparição no hospital onde ele fazia o tratamento. Agora, 23 anos depois, ela explica que o chapéu que foi colocado no caixão não foi uma ação de marketing. Na época, ela foi muito criticada pelo tema.
“Ele pegou a roupa inteirinha, aquela história do chapéu na beira do caixão, que eu não fui super penalizada por isso, na verdade era porque eu não tinha onde colocar o chapéu. Achavam que era marketing. Além de ser dele, eu não mandei buscar um chapéu, naquela confusão eu fiquei andando com ele [a peça]”, declarou garantindo que nada foi planejado.
Anos depois, ela ainda guarda cada momento daquele dia e lembra a comoção. "Foi um momento muito difícil, ninguém transitava na rua, o Exército veio, fechou tudo e eu me perdi. Eu sai com ele, no carro fúnebre. Lá na Assembleia existiam não sei quantos milhares de pessoas", diz ela emocionada.
Leandro morreu às 0h10 de 23 de junho de 1998. Lutando contra um tumor raro, ele chegou a tentar o tratamento nos Estados Unidos, em Baltimore. O irmão de Leonardo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e foi homenageado por mais de 25 mil fãs que compareceram para dar o último adeus.