Aos 37 anos, atriz Karina Dohme adia maternidade e decide congelar embriões: “Tem que querer muito”
Contigo!
Aos 37 anos, a atriz e empresária Karina Dohme decidiu congelar embriões para que, no futuro, tenha maiores chances de se tornar mãe, um de seus grandes sonhos. Em conversa coma CONTIGO!, ela contou porque decidiu adiar a maternidade e como está lidando com o procedimento.
“Estou em um misto de ansiedade para que tudo corra bem”. Como o procedimento tem várias etapas e envolve muitos hormônios, alguns efeitos colaterais podem aparecer, como a alteração de humor e inchaço. “Ao mesmo tempo, eu estou muito segura e muito aliviada de estar tomando essa decisão porque a gente para de brigar contra o tempo”.
Como ela deseja ser mãe, o congelamento de embriões trouxe muita tranquilidade para que, no momento que sentir que é a hora certa, ter para onde recorrer, caso não aconteça da forma natural. Mesmo que os efeitos do procedimento sejam passageiros, Karina está apreensiva, já que também lida com uma doença autoimune no coração.
“Eu já estou um pouco inchada por causa dos meus corticoides frequentes, diários. Então eu tenho essa questão que está um pouco apreensiva com essas variáveis todas”, contou.
Foco na vida profissional
Segundo a atriz, a decisão foi tomada porque, para ela, não está em um bom momento para ser mãe, principalmente por causa de sua vida profissional. “Acho que eu não seria a mãe que eu desejo ser se eu tivesse um filho nesse momento”, explicou.
Com sua idade, Karina já está no limite para realizar o procedimento, e contou que, se tivesse tido a informação sobre o assunto anteriormente, não teria esperado tanto tempo para realizá-lo. “A gente precisa falar sobre isso para as pessoas que sonham em ser mãe. Às vezes eu acho que existem recursos que a gente pode recorrer”, comentou.
Agora, com a decisão já tomada, ela se sente segura e aliviada. “Não vou precisar correr o risco de descobrir só na hora que é muito tarde e eu não tenho outra alternativa”, disse. “Porque o maior problema na mulher é a qualidade do óvulo quando envelhece, então tudo isso eu fui aprendendo com o meu médico”.
Ao lado do marido, Lucas Camargo, eles perceberam que, por terem uma vida muito corrida no trabalho, já que são sócios ativos de duas empresas, não conseguiriam dar a atenção que precisam. “Eu deixaria uma demanda muito grande para trás”. Agora, o casal está focado em trabalhar, contratar, treinar e promover pessoas para deixar o terreno cada vez mais preparado para sua ausência.
“É impossível pensar que nos 6 primeiros meses você consiga trabalhar no ritmo que eu trabalho hoje. Não tem como. E paralelo a isso, não menos importante, a minha carreira vem em uma fase muito boa. Venho tendo oportunidades muito legais, convites para trabalhos muito importantes, tenho muitos projetos para esse ano e para o próximo, então a maternidade não cabia nessa equação”, explicou.
Organizada, ela prefere fazer tudo com uma maior tranquilidade, seja na vida pessoal, ou profissional. Claro que tudo foi muito bem pensado e discutido ao lado do marido, que ainda quer ser pai e, por isso, apoiou e incentivou a esposa a fazer o procedimento de congelamento de embriões.
“Ele também enxerga que a gente não está no momento de poder ser os pais que nós queremos, mas a gente precisa se garantir de alguma forma. Porque, para ele, a paternidade é muito importante e eu acho que seria muito frustrante se agente não conseguisse por causa do tempo”, comentou.
Entretanto, o casal sabe que, mesmo com essa segurança que o procedimento traz, nada é garantido. “No final das contas quem decide é Deus, o Universo”, disse. “Mas você aumenta as suas chances de ser bem-sucedido quando você faz esse procedimento”.
Maternidade e pressão da sociedade
Mesmo com o sonho de ser mãe, Karina Dohme enxerga a complexidade da maternidade. Para ela, antigamente era tudo mais fácil, já que a vida era menos corrida e hoje ela vê como isso é uma mudança radical em sua vida.
“A gente vem de uma vida muito ativa e que realmente precisa parar para se dedicar a uma pessoa, um serzinho que depende só de você para sobreviver”, comentou. “Eu acho que tem que querer muito, estar muito preparado e muito seguro desse momento para se dedicar em relação a tempo, a emocional, para criar esse individuo para o mundo que ele vai ser inserido”.
Claro que, infelizmente, a sociedade ainda pressiona muito as mulheres para se tornarem mães e a atriz e empresária sente isso, tanto de gente que não a conhece, quanto dos próprios parentes. “É um pouco exaustivo, porque eu ainda quero ser mãe, mas tem mulheres que não querem e tudo bem não querer”, confessou.
E ainda disse: “Mas existe ainda essa questão muito focada na mulher, principalmente. É mais uma questão da coisa do gênero. Eu vejo pouco os homens serem cobrados”. A visão da atriz é que, até a mulher se tornar mãe, ela ainda não foi validade para a sociedade. “As pessoas precisam parar um pouco com isso”, disparou.
O futuro
Após a decisão de realizar o procedimento de congelamento dos óvulos, Karina Dohme e Lucas Camargo estão focados e planejando cada passo na carreira para que, no futuro, estejam preparados para a chegada de um bebê.
“Se dedicar por uns dois anos, trabalhando muito para que a gente alcance o nosso objetivo nesse momento. Mas, depois, tirar um pouco o pé do acelerador e participar desse processo todo de poder ser pais que a gente quer ser, criar a nossa família, de ter um primeiro filho, ver como funciona”, contou.
Para ela, é importante o casal ter todos os recursos necessários para a chegada de um filho e proporcioná-lo o melhor que ele podem oferecer. “A gente acredita que uma família feliz demanda tempo, atenção, carinho, cuidado, e é um tempo que agora a gente não teria para fazer dessa maneira”, finalizou.