Heloisa Jorge, de ‘Mar do Sertão’, entra na trama após início da novela e relata: “Desafiador”
Contigo!
Dagmar, personagem de Heloisa Jorge em Mar do Sertão (Globo), entrou na trama com a história já encaminhada. A atriz fez da situação um ponto a favor para a construção da personagem. O resultado? Sucesso!
Você entrou na novela com a trama em andamento, como foi para você?
“Entrar em uma novela já começada pode ser desafiador, esse é um contexto que conheço bem, pois já tive uma experiência semelhante. Em Mar do Sertão, aproveitei o fato da personagem ser uma espécie de forasteira e usar isso a favor da construção da pastora Dagmar. Ninguém sabe de onde ela vem, é uma mulher pouco ambientada com os costumes da cidade, com as pessoas, misteriosa... Então, a sensação de desconforto de quem chega e a falta de intimidade com o cotidiano daquele lugar me ajudaram muito no início do processo. Além disso, fui recebida com muito carinho pelos meus parceiros de cena: Nanego Lira, Mariana Senna, todo o elenco, equipe de produção e direção”.
A trama da Dagmar foi uma surpresa?
“O autor da novela e a produtora de elenco já tinham conversado comigo sobre a trama inicial da Dagmar e fiquei feliz quando soube da trajetória dela. O barato é que, por ser uma obra aberta, o público ajuda a apontar caminhos interessantes para a história que a gente conta na novela. Há pouquíssimo tempo, lendo os capítulos, me surpreendi com novidades improváveis e deliciosas. Sinto que o público vai se surpreender bastante”.
Como é interpretar uma pastora?
“Uma oportunidade maravilhosa. Falar de delicadezas, como o respeito à fé das pessoas, independentemente da crença delas, em um País intolerante e conservador como o nosso, é muito oportuno. Sempre que leio as cenas da Dagmar, penso nessa líder religiosa como uma inspiração. Religião em si é um assunto sensível e carrega uma série de questões controversas. Mas o nosso autor, Mário Teixeira, foi sagaz. A Dagmar vai na contramão do dogma pelo dogma, do maniqueísmo ‘bem’ versus ‘mal’. Ele escreveu a pastora Dagmar como uma mulher absolutamente humana, leve, meio atrapalhada, cheia de conflitos que vão aparecendo no decorrer da trama, uma personagem que fala da religião a partir do afeto, que usa a liderança para verdadeiramente se engajar na solução de problemas sociais, que prega a inclusão e o respeito às diferenças.”
A trama de Dagmar escondia que ela era a mãe de Lorena... Como será o desenrolar dessa história, agora que todos sabem a verdade?
“Tem sido muito divertido ver as pessoas interagindo com a nossa novela e com as nossas tramas individuais. Acho que daqui para frente, o público vai se surpreender bastante com os caminhos que a Dagmar vai trilhar”.
Como é sua relação com a fé?
“Não tenho religião e sou uma pessoa que tem muita fé na vida. Confio bastante na espiritualidade”.
Tem projetos para depois da novela?
“Tenho duas séries que irão estrear neste ano: ‘Fim’, baseada na obra literária homônima de Fernanda Torres, com direção de Andrucha Waddington e Daniela Thomas; e ‘How To Be a Carioca’, com direção de Carlos Saldanha e Joana Marianni. Elas são do Globoplay e Disney+ respectivamente”.