Justiça pede prisão de Júlio Cocielo em caso de racismo: "Desprezo"
Contigo!
O influenciador Júlio Cocielo continua enfrentando as consequências de publicações com conteúdo racistas feitas entre os anos de 2011 e 2018 nas redes sociais. Nesta quarta-feira (03), o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão do famoso.
Em publicação, o órgão disse "esperar a condenação do influenciador digital". O processo está prestes a ir a julgamento e estava em sigilo até dezembro de 2023, mas foi tornado público a pedido do MPF agora que pode ir a julgamento a qualquer momento.
A acusação conta com nove ocorrências em que Cocielo fez publicações ofensivas, incluindo uma ocasião em que disse: "O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros". Em outro post no Twitter, ele disse: "Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein". Um terceiro diz: "Nada contra os negros, tirando a melanina...".
O posicionamento do MPF diz que cerca de 50 mil publicações foram apagadas do perfil do influenciador e ele publicou um texto pedindo desculpas, assumindo que as "piadas" foram um erro. No entanto, o pedido de desculpas é uma das bases para que o MPF considere que o famoso sabia exatamente o que fazia ao publicar as mensagens.
"Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra", diz o procurador da República João Paulo Lordelo, que é responsável pela ação do MPF.
O influenciador está respondendo pelo crime fixado no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, a Lei do Racismo. Se condenado, ele pode encarar a pena de reclusão de um a três anos e multa. Só que, de acordo com o MPF, a pena pode ser bem maior que isso, já que ele pode encarar uma pena para cada publicação, com agravante do caso ter ocorrido em uma rede social.
Tentamos contato com a assessoria de Júlio Cocielo e até o momento não tivemos resposta. Atualizaremos o texto caso ocorra posicionamento.