Rayssa Bratillieri, de Elas por Elas, revela semelhança com personagem: "Difícil desapegar"
Contigo!
Interpretando uma ativista e protetora animal em Elas por Elas (Globo), Rayssa Bratillieri revela o desafio que é viver uma personagem tão parecida com ela na vida real. A atriz ainda destaca a importância de abordar o tema na televisão e enaltece a parceria com Filipe Bragança em cena.
Elas por Elas é seu segundo remake. É mais difícil dar vida a um personagem que já foi de outro ator?
- Sempre é difícil. Quando você quer aprofundar o personagem e entender a história, fazer um estudo profundo de psicologia humana, de uma lente que outra pessoa está usando, você vai colocar para ver como é, quais cores está enxergando e como você reage, qual é seu modus operandi em relação a circunstâncias que aparecem para você. Remake é interessante porque você tem referências e isso é legal para o trabalho, uma inspiração. Mas você é você, qualquer pessoa que fosse interpretar a Ísis faria diferente de mim.
Você viu a primeira versão?
- Vi, mas não tudo, até porque existe muita mudança na minha personagem nessa releitura. A Ísis é contemporânea, traz essa geração ativista, vegana, com uma consciência ambiental, social, animal absurda. Isso é legal, até porque a própria novela é um meio de comunicação dos maiores que a gente tem no País e é um privilégio falar de coisas que precisam ser ditas e questionar, colocar todos para pensar sobre isso. Você se identifica com essa personalidade dela? Sou eu [risos]! E a minha maior preocupação, a maior dificuldade foi essa, porque quando li a personagem, falei: ‘Caramba, é muito parecida comigo’.
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Acho que isso é tão difícil, porque o ator, pelo menos eu, quer mudar sempre o sotaque, a energia, o olhar... e eu me vi na Ísis. Claro, foquei nas nossas diferenças, obviamente, mas tenho essa questão da proteção animal, eu não era vegana, sempre fui vegetariana, mas estou vegana agora, já fui vegana algumas vezes na minha vida, então sentia coisas parecidas, eu também vim de uma família mais humilde, então tinha essa referência. Só que eu não sei o que é não ter um pai, então decidi focar nessa diferença, entender que a Ísis foi criada por duas mulheres e isso diz muito sobre ela. Acho que eu quis acentuar também essa questão da justiça que ela tem muito forte, ela comanda manifestação, ela invade lugares para resgatar animais, tem uma ONG. É muito poderoso ser a Ísis [risos].
Justamente por ela ser tão parecida com você, esse se tornou seu maior desafio na carreira?
- O desafio foi quando percebi que ela era parecida e que eu ia cair no estereótipo que eu não queria. Olha que loucura, quando eu fiz a minha primeira personagem na televisão, que foi a Pérola de Malhação, por eu não conhecer muito o meio da TV, eu quis muito aproximar a Pérola de mim. Então, quando vi que a Ísis era a oportunidade de ser eu, percebi que seriam dois personagens com energias muito parecidas, porque seria colocar mais eu do que qualquer coisa.
E aí foi difícil desapegar, mas percebi que preciso aceitar que a gente pode ter uma energia parecida, porque sou eu colocando, mas elas têm realidades diferentes. Então fui trabalhar isso. Mas acho que esse não é meu maior desafio, fiz uma série para o Star+, Amor da Minha Vida, que minha personagem é complexa, profunda. Acho que foi meu maior desafio até hoje. Gosto quando você pega um roteiro fechado e consegue entender o começo, meio e fim daquele personagem e se aprofundar mais.
Série, filme, novela. O que te instiga mais?
- Existe essa coisa maravilhosa do cinema, da série, mas fazer novela também é muito difícil, é de bater palma todos os dias para os atores que fazem novela, porque é desafiador. O tempo, a energia e a disposição que você coloca para contar essa história, e um roteiro aberto, que você conta junto com ela, que tudo pode acontecer, que você tem que estar aberto para as possibilidades, de transformar, de mudar, de do nada descobrir que uma pessoa pode ser irmão ou que outra pode ser seu pai.
Como tem sido a parceria com o Filipe Bragança?
- Só a chamada já deu uma repercussão absurda, a galera já me parou na rua falando que iria assistir, que estava shippando, o twitter foi uma loucura [risos]!
É muito legal, porque já conheço o Filipe há muito tempo e é muito gostoso contracenar com quem você admira. Acho que as pessoas amam um gato e rato num casal, acho que a gente ama ver as pessoas fazendo o que a gente gostaria de fazer e a gente não faz, seja numa relação, seja gritando com alguém, seja chorando muito, acho que comove o ser humano, porque a gente na vida é muito é reprimido.