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Isabel Teixeira fala sobre envelhecimento e vaidade: - Existe um condicionamento de que a juventude é sinônimo de beleza
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Isabel Teixeira fala sobre envelhecimento e vaidade: - Existe um condicionamento de que a juventude é sinônimo de beleza

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Estrelando
30/09/2022 16h00
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Em entrevista à revista Vogue Brasil, Isabel Teixeira falou sobre envelhecimento, menopausa e a beleza das mulheres mais velhas. Aos 48 anos de idade, a intérprete de Maria Bruaca de Pantanal começou contando como foi a experiência de fazer uma novela inteira pela primeira vez.

- Eu me vejo neste lugar da novidade de, aos 48 anos de idade, estar vivendo tudo isso e pensando: Caramba, que legal. Por que a gente fala mal das nossas novelas? Quando o ator entra no teatro, fala: Isso eu não faço! Acho velho esse negócio de falar que não faz e não gosta de novela. Porque é um discurso da ditadura militar, que os atores usavam, na época, com muita verdade. Vamos fazer novela, vamos falar para muitos! Eu sou noveleira, sempre fui, desde criança e, recentemente, revi O Bem Amado, Pai Herói e Pecado Capital. Nós sabemos fazer isso com maestria e temos que louvar nossas produções. O Brasil é um país muito rico e o público é inteligente e muito especial. E é muito legal saber que todo mundo está vendo junto, opinando, concordando, não concordando. Pensa que há dois anos, a gente estava brigando, excluindo pessoas e saindo dos grupos de família!

Entrando no assunto envelhecimento, a atriz compartilhou a sua experiência pessoal sobre como as mulheres estão encarando a maturidade com mais acolhimento. 

- Eu estou começando a viver este momento. Às vezes eu preciso lembrar que daqui a pouco faço 50 anos de idade, porque não me sinto com essa idade. Tem dias que eu me sinto com 100 anos e em outros tenho uma energia de 20. Mas sou muito suspeita, porque eu estou gostando demais de envelhecer. Mas queria que tivesse até outra palavra que não fosse envelhecer nem amadurecer, porque eu me sinto muito bem com a idade que tenho. Eu não me sentia bem na década de 90, aos 20 anos, por exemplo. Achava que eu tinha que passar um gel na bunda para minha celulite sair, que minha sobrancelha tinha que ser um fiapo.… Um monte de coisa que na verdade não era eu quem achava. Hoje eu estou mais relaxada. A gente fica mais livre. E eu acho tão bonito uma mulher com mais experiência, menos ansiedade, mais segura de si. Isso é de uma beleza inenarrável.

A artista também respondeu se está se preparando para o climatério e a menopausa.

- Eu ainda não estou no climatério, mas minha mãe iniciou aos 49 anos de idade. Ela dizia que a minha avó não tinha lhe ensinado nada nem contado o que iria acontecer. Ela conviveu com uma doença grave por um tempo e partiu aos 56 anos de idade, mas antes, me dizia: Antes de você entrar na menopausa, queria te falar algumas coisas. E fez um pequeno diário sobre isso, com tudo anotadinho. Acho que a maturidade está além do climatério e da menopausa. Eu gosto muito de menstruar, de fechar aquele ciclo mensal. Na menopausa, fecha-se um ciclo maior e com isso, também a reprodução e a gestação. Mas sei que vou gestar outras coisas.

Ao ser questionada, ela revelou ser uma pessoa vaidosa. 

- Eu sou vaidosa, sim. Mas do meu jeito. Eu gosto de fazer a unha e estou gostando muito de me maquiar. Eu fiquei anos sem usar maquiagem, inclusive, no teatro, quando fiz um espetáculo baseado na peça As Três Irmãs, de Tchekhov. Minha personagem era a Olga, a irmã mais velha e mais interessante e mesmo assim, não me maquiei, me assumi. Na TV, eu fiz Amor de Mãe e Desalma com o cabelo grisalho. Sinto que existe um preconceito muito forte em relação a isso aqui no Brasil. Este negócio de pintar o cabelo, para parecer mais nova, é cultural.

E ainda falou sobre a beleza das mulheres mais velhas

- Existe um condicionamento de que a juventude é sinônimo de beleza. As pessoas não conseguem enxergar beleza na velhice, é como se ela fosse uma deterioração do estado de ser. E essa coisa de: Ah, você fez 60 anos de idade, mas até que está muito bem. É um horror. A gente não pode mais deixar as pessoas falarem assim. O olhar para esse e outros tipos de beleza é a gente quem constrói. Tanto é que o padrão vai mudando de tempos em tempos. Essa mudança do olhar para a mulher mais velha como mulher vivida e sinônimo de beleza é tão bonita! Aos 20 anos, eu estava muito ansiosa, com a respiração muito alterada e agora entendo, por ter vivido todos esses anos, que o tempo é sábio. Hoje, caminhando para os 50, com certeza eu sou uma mulher muito mais interessante. E estou gostando mais de mim agora do que eu gostava antes. E acho que vou atrair pessoas que gostem de mim como eu estou, na verdade que já atraio. Este olhar faz parte da maturidade também.

Maria Bruca em Pantanal

Em entrevista ao jornal Extra, Isabel Teixeira falou sobre o trabalho em Pantanal e confessou que a novela teve um grande impacto em sua vida.

- Ainda não elaborei direito, sabe? A gente está na última semana de gravação e é muito legal chegar ao fim da maratona. Eu corri a São Silvestre passada e quando a gente está no final vai dando uma emoção tão grande... Eu corro devagar, mas você vai se irmanando com as pessoas, e vim ao lado do pessoal que estava se superando. Agora, sinto uma emoção muito parecida por ter contado uma história junto com tanta gente. Foi um ano de muito aprendizado. Eu entrei nessa novela uma pessoa e estou saindo outra. Tenho certeza que vivenciei uma escola de teledramaturgia. Foi muito intenso e ainda vou entender a dimensão disso.

Em seguida revelou quais são os aprendizados que Maria Bruaca trouxe.

- A Maria ainda está comigo, não fechei o ciclo. É uma personagem muito importante, como todas as outras da minha galeria. Elas me fazem ser quem eu sou e me ensinaram no decorrer da vida. Mas o alcance da Maria foi o maior que vivenciei. Não consigo traduzir em palavras a importância dela hoje para mim. Foram tantos aprendizados. Todas as questões que a personagem levantou foram muito fortes. Todas as fases da recuperação de uma autoestima. Tudo isso tem a ver com uma maturidade, sabe? Essa personagem me faz lembrar que tudo tem seu tempo. Ela perdeu o chão, perdeu a casa, morou na chalana, na tapera, na fazenda... 

E ainda foi desafiada a elencar quais são as três cenas mais icônicas da personagem.

- Eu não consigo listar três cenas, mas posso falar algumas. A sequência em que o Tenório assume ter outra mulher. Amo! A cena em que o vilão e ela estão falando sobre Tadeu enquanto desfazem a cama. É uma coreografia. A que o Tenório pede para Maria voltar para ele. Claro que a cena da tortura foi marcante, a da fivela... As trocas com Murilo, Juliano, Dira Paes, Julia Dalavia, a chalana com Almir Sater...

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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