Festival do Rio 2021 anuncia premiados da Première Brasil
Filmow
O Festival do Rio anunciou os ganhadores do Troféu Redentor da edição 2021 da Première Brasil. A cerimônia de entrega aconteceu neste domingo, dia 19, no cinema Estação NET Botafogo.
Foi uma noite de reconhecimento pelo trabalho das mulheres no cinema e da diversidade de produção em regiões distantes do país, como o Amapá, que levou o Troféu Redentor pela animação “Solitude”, de Tami Martins e Aron Miranda, na categoria Melhor Curta-Metragem. Uma edição em que o Festival do Rio trouxe -- mais uma vez -- o cinema brasileiro em lugar de destaque, com a Premiere Brasil -- e apresentou, em 10 dias, produções capazes de chegar a todos os públicos, e fomentar reflexões sobre inclusão social, luta contra o racismo, o sexismo e a homofobia.
Uma noite sempre esperada pelo cinema brasileiro e muito concorrida, a sala do Estação NET Botafogo estava lotada por profissionais do cinema brasileiro de várias gerações, representando os 70 filmes brasileiros, entre curtas e longas, selecionados pelo Festival do Rio. Os discursos na entrega dos prêmios enfatizaram a importância de políticas públicas de fomento constantes e o peso econômico e cultural da indústria do audiovisual, lamentando os enormes percalços e ataques ao setor nos últimos anos.
A Presidente do Júri da Première Brasil, Patrícia Andrade comentou logo no início: “O Festival me fez lembrar o quanto nosso cinema é político na essência e a nossa arte é política e revolucionária”, arrancando aplausos.
Ao conquistar o seu segundo Redentor na categoria Melhor Longa de Ficção por “Medusa”, a produtora Vânia Cattani lembrou que o seu primeiro prêmio no Festival foi também com uma mulher na direção e afirmou: “Medusa foi um barco que me ajudou a atravessar essa tempestade. Que esta visibilidade sirva para a ANCINE assinar o documento e liberar o nosso filme”. Vânia dedicou o prêmio à Paulo Gustavo e “às mais de 600 mil pessoas que perderam a vida nesse país.”
Premiado por seu trabalho em “Mundo Novo”, longa metragem realizado com pouquíssimos recursos e na comunidade do Vidigal -- Rio de Janeiro, o roteirista Álvaro Campos resumiu: “a gente joga contra a pandemia, a gente joga contra o desgoverno, mas a gente tá aqui. Enquanto tiver esperança, a gente tá aqui”. O filme levou ainda o prêmio de melhor atriz para Tati Villela, protagonista do filme.
Para fechar uma noite de muitas emoções, ao receber o prêmio de Melhor Direção de Documentário por “Uma Baía”, o cineasta Murilo Salles festejou: “Eu que já sou avô, me sinto feito um menino ao me lançar em um projeto como este. Cinco anos de trabalho para dar visibilidade a um Rio de Janeiro que não vemos nas telas. Foi indescritível e emocionante pra mim ver meu filme sobre a Baía de Guanabara, na tela grande, no nosso Festival do Rio.”
A diretora executiva de programação do Festival do Rio, Ilda Santiago, lembrou que “o público voltou a encontrar o cinema brasileiro e seus artistas presencialmente e estes filmes estão prontos para voar e conquistar de novo as telas dos cinemas. Os filmes da Première Brasil mostraram uma força ímpar de falar com o público neste momento ainda tão duro, coletivamente ”. “Esperamos que um Festival do Rio presencial tenha sido nossa contribuição para a retomada da cidade do Rio de Janeiro, e um convite para o público retornar às salas.”
No RioMarket, este ano online, a diretora executiva do RioMarket, Walkiria Barbosa, ressaltou o alcance de um evento de mercado que pode ser acessado pelo mundo inteiro. “Falamos de novos tempos e novos instrumentos para que o audiovisual tenha possibilidades ainda maiores no futuro.”
Veja abaixo a lista dos premiados:
PREMIÈRE BRASIL -- SELEÇÃO OFICIAL
- Júri Oficial formado pela roteirista Patrícia Andrade (presidente do Júri), a figurinista Bia Salgado, o diretor Gustavo Pizzi, o montador Quito Ribeiro, e a atriz e roteirista Suzana Pires.
- Melhor Fotografia: Ivo Lopes Araújo, por Casa Vazia, de Giovani Borba
- Melhor Montagem: Eva Randolph, por Uma Baía, de Murilo Salles
- Melhor Roteiro: Alvaro Campos e elenco, por Mundo Novo, de Alvaro Campos
- Melhor Ator Coadjuvante: Sergio Laurentino, por A viagem de Pedro, de Laís Bodanzky
- Melhor Atriz Coadjuvante: Lara Tremouroux, por Medusa, de Anita Rocha da Silveira
- Melhor Ator: Rômulo Braga, por Sol, de Lô Politi
- Melhor Atriz: Tati Villela, por Mundo Novo, de Alvaro Campos
- Melhor Direção de Documentário: Murilo Salles, por Uma Baía
- Melhor Documentário: Rolê - histórias dos rolezinhos, de Vladimir Seixas
- Melhor Direção de Ficção: dividem o prêmio as diretoras Anita Rocha da Silveira, por Medusa, e Laís Bodanzky, por A viagem de Pedro
- Melhor Curta-Metragem: Solitude, de Tami Martins e Aron Miranda
- Melhor Longa Ficção: Medusa, de Anita Rocha da Silveira. Produção de Vania Catani, Fernanda Thuran e Mayra Faour Auad
- Prêmio Especial Júri: Medida Provisória, de Lázaro Ramos
PREMIÈRE BRASIL NOVOS RUMOS
- Júri formado pelo diretor Emílio Domingos (presidente do Júri), pela atriz e montadora Alice Furtado e pela produtora Mariana Genescá.
- Melhor Curta-Metragem: Chão de Fábrica, de Nina Kopko
- Prêmio Especial do Júri: Para a atriz Renata Carvalho, por Os Primeiros Soldados
- Menção Honrosa: O Dia da Posse, de Allan Ribeiro
- Melhor Longa-metragem: Rio Doce, de Fellipe Fernandes