Inventando Anna: a verdadeira história de Anna Sorokin, golpista que inspirou série da Netflix
Hollywood Forever TV
Imagine só viver uma vida completamente de mentira? Para isso, seria necessário assumir uma nova identidade, inventar histórias sobre o seu passado, enganar e até mesmo prejudicar muitas pessoas. O que parece uma história de ficção é, na verdade, a história real de Anna Sorokin, uma jovem russa que, por muitos anos, fingiu ser uma herdeira alemã para aplicar golpes milionários.
Sua história inspirou a minissérie da Netflix, “Inventando Anna”, roteirizada por Shonda Rhimes. Na produção, uma jornalista busca descobrir toda a história da garota que enganou a elite de Nova York.
A verdadeira Anna
Nascida na Rússia no dia 23 de janeiro de 1991, Anna Vadimovna Sorokina mudou-se para a Alemanha com sua família em 2007. Formou-se no Ensino Médio em 2011 e chegou a morar por um tempo na cidade de Londres, mas logo retornou para a Alemanha.
Tempos depois, mudou-se para Paris com o objetivo de estagiar na Purple, revista de moda francesa. E foi neste momento que decidiu adotar um novo nome: Anna Delvey.
Anna mudou-se para Nova York em 2013, para continuar estagiando no escritório da Purple. Por causa de seu trabalho, tinha acesso às mais diversas festas e eventos de elite, além de ter uma enorme facilidade em se misturar em círculos sociais da moda e das artes plásticas. Até que, em determinado momento, decidiu deixar o seu trabalho e aplicar golpes.
Os golpes de Anna Delvey
No ano de 2013, vivendo em Nova York, Anna passou a dizer para seus novos amigos que era uma herdeira alemã, nascida perto de Colônia. Por diversas vezes, mudou a história de sua vida, dizendo que seu pai era diplomata, executivo de petróleo e, até mesmo, magnata do painel solar. Dizia ser dona de um fundo fiduciário de € 60 milhões, que estava em bancos no exterior, e que tinha como plano abrir um espaço cultural na cidade com este dinheiro - além de um clube de artes chamado “Fundação Anna Delvey”.
Com a justificativa de que existiam muitas questões burocráticas para movimentar todo o seu dinheiro da Europa para os Estados Unidos, Anna realizava muitos empréstimos com amigos e conhecidos - que já chegaram a US$ 22 milhões. Para isso, utilizava extratos e documentos bancários falsos, além de ter várias contas em bancos diferentes e movimentar dinheiro com cheques sem fundo.
Anna também enganava seus amigos que convidava para viajar. Dizia que pagaria todas as despesas do destino, mas, chegando lá, seu cartão era recusado e pedia para que os amigos utilizassem o próprio cartão. Utilizava a desculpa de que pagaria de volta logo em seguida, mas esse dinheiro nunca retornava. Levando esse estilo de vida, Anna viajou de graça para diversos países, alugou jatinhos, frequentou hotéis e restaurantes extremamente caros - premiados pelo James Beard Awards -, conheceu muitas celebridades e empresários importantes e viveu uma vida de luxo - com direito à visitas regulares a salões de beleza, spas e muito mais. Tudo isso sem gastar um centavo sequer.
Descoberta e prisão
Anna viveu por muito tempo enganando e prejudicando pessoas de seu convívio. Em 2017, foi presa porque não conseguiu pagar a conta de um hotel em Nova York. Assim, seus roubos e golpes foram descobertos. No ano de 2019, foi julgada e condenada de 4 a 12 anos de prisão por conta de seus golpes, além de receber uma multa de US$ 24 mil e uma restituição de US$ 199 mil.
No ano de 2020, Anna declarou estar realmente envergonhada de suas atitudes, e pediu desculpas pelos erros que cometeu. Enquanto estava na cadeia, recebeu US$ 320 mil da Netflix para que contassem sua história, e foi obrigada a usar a maior parte deste dinheiro para pagar suas despesas com advogados.
Em 2021, depois de quase quatro anos presa, Anna conseguiu liberdade condicional pelo seu bom comportamento. No entanto, meses depois, passou a se portar de forma inadequada nas redes sociais. Desta vez, foi presa novamente pelo Departamento de Imigração dos Estados Unidos (ICE) por estar vivendo no país com o visto expirado.
Mais de um ano depois, em outubro de 2022, Sorokin foi liberada da prisão sob uma fiança de US$ 10 mil, mas com a condição de utilizar uma tornozeleira eletrônica, ficar em prisão domiciliar e não utilizar as redes sociais. Segundo a própria Anna, em entrevista à Variety, ela está se sustentando com a venda de impressões de artes feitas na prisão - que já teriam lhe rendido cerca de US$ 200 mil. No momento, ainda aguarda a sua extradição para a Alemanha.
Confira trailer da série da Netflix sobre a história de Anna Sorokin:
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