Boate realiza culto evangélico com Baby do Brasil e promove discurso sobre 'cura gay' e abuso sexual

ICARO Media Group TITAN






Na última segunda-feira (10), a tradicional boate D-Edge, localizada em São Paulo, foi palco de um evento no mínimo controverso: a realização de um culto evangélico. Conhecida por ser um espaço dedicado a festas de música eletrônica, a boate recebeu um culto que contou com a presença de figuras como a cantora Baby do Brasil.
O evento contou com o testemunho de Renato Ratier, dono do espaço, que compartilhou sua experiência de conversão religiosa, destacando que, apesar da mudança espiritual, ele continuaria atuando como DJ. Esse discurso, que visa unir a fé à vida profissional, gerou reações mistas.
Baby do Brasil também se apresentou, cantando músicas gospel, o que gerou desconforto entre alguns frequentadores, que associam a D-Edge a um espaço dedicado ao prazer e à liberdade individual, sem a interferência de dogmas religiosos. Durante o evento, a cantora causou polêmica ao pedir que as pessoas perdoassem seus abusos sexuais e abusadores. Ela também fez declarações contra as religiões de matriz africana, o que gerou reações negativas nas redes sociais.
O evento também incluiu a participação do pastor Pedro Santana, que contou sua trajetória de superação pessoal, destacando sua experiência de vida na prostituição e a transformação através da igreja, defendendo a "cura gay".
É importante refletir sobre o significado da "cura gay", frequentemente promovida por algumas vertentes religiosas, que se baseia na premissa errônea de que a homossexualidade é uma doença que precisa ser tratada. Essa ideologia é amplamente rejeitada pela ciência e pela sociedade, sendo considerada uma forma de abuso psicológico e emocional.
O evento na D-Edge, ao integrar uma espiritualidade conservadora e uma atmosfera tipicamente associada à liberdade sexual e pluralidade, levanta questões sobre o respeito à diversidade e ao direito de cada indivíduo viver sua vida de forma autêntica e sem julgamentos. É necessário questionar a prática de usar o espaço de entretenimento para promover uma visão de mundo que possa ser excludente e prejudicial a muitas pessoas. Em tempos de crescente discriminação contra minorias, como a comunidade LGBTQIA+, eventos que misturam entretenimento e fé podem reforçar ideais retrógrados que não condizem com os direitos fundamentais de respeito e igualdade.


