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Corra que a Polícia Vem Aí - com tudo!
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16/08/2025 13h00
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Por Neely Swanson para o Beverly Hills Courier

Esta homenagem ao clássico de 1988 "Corra que a Polícia Vem Aí" é certeira. Se este descendente não atinge os píncaros do hilário absurdo do original, chega bem perto. Preparado para zombar da audácia de refazer um clássico, "Corra que a Polícia Vem Aí" me conquistou logo de cara. Dirigido por Akiva Schaffer e escrito por Dan Gregor, Doug Mand e Schaffer, o filme é carregado de piadas visuais semelhantes às do filme original e tem dois protagonistas dignos deste remake ao estilo "filho de". Não é uma cópia palavra por palavra ou piada por piada e o resultado final é tão fino que você poderia jurar que já viu isso antes, porque, claro, você já viu.

Uma comédia tão ridícula depende de como é apresentada e foi aqui que o diretor e os roteiristas acertaram em cheio. Assim como Leslie Nielsen antes dele, Liam Neeson é conhecido principalmente por seus papéis dramáticos. E, assim como Nielsen, era impossível imaginá-lo interpretando falas cômicas. Mas ele as interpreta porque Neeson tinha plena consciência de que, independentemente do material, você leva o diálogo e o personagem a sério. Ele diz suas falas como se fossem tão profundas quanto Shakespeare; ele nunca faz piadas. E é isso que te faz rir ainda mais. Seja com as calças arriadas ou despachando bandidos a torto e a direito com um café sempre presente em uma mão e uma Glock na outra, ele interpreta com franqueza.

O Tenente Frank Drebin Jr. (Neeson) seguiu os passos do pai e trabalha no Esquadrão Policial de Los Angeles sob a liderança severa da Chefe Davis (CCH Pounder). Trabalhando com o parceiro Ed Hocken Jr., eles atendem a um chamado sobre um assalto em andamento em um banco local. Despachando os bandidos sozinhos, literal e figurativamente, eles não entendem que o verdadeiro objetivo do roubo não era o dinheiro; era o conteúdo de um cofre — e a primeira piada visual. O capanga Sig Gustafson recuperou uma caixa eletrônica rotulada "dispositivo P.L.O.T.". PLOT é uma sigla para algo que não consigo lembrar, mas é emblemática dos tipos de piadas e "dispositivos de enredo ['plot']" que virão.

Afastado da investigação devido às suas táticas duvidosas, Drebin é transferido para a equipe de segurança de trânsito — e para um acidente fatal na rodovia Pacific Coast Highway em Malibu. O morto e suposto suicida, Simon Davenport, trabalhava para o bilionário da tecnologia Richard Cane, e algo está podre no estado de… bem, algo está podre. Esperando por Drebin na delegacia está Beth, irmã de Simon. Ela está convencida de que o irmão foi assassinado por algo que descobriu e que Cane está por trás disso. Embora não tenha sido totalmente dispensada (é difícil dispensar um sutiã tamanho 44 como Beth), Drebin garante que investigará o caso.

O charmoso Richard Cane é um demônio escorregadio, e sua trama nefasta e seu dispositivo PLOT mudarão o mundo para sempre. Ao encontrar Drebin em uma boate de sua propriedade, Cane sabe que precisa conquistá-lo e o presenteia com um carro elétrico de última geração. Nossa, quem será que eles usaram como modelo para esse arquivilão? Bilionário da tecnologia, fabricante de carros elétricos, com grandes ambições políticas. Hmm, quem será? Como grandes mentes pensam da mesma forma (dica: isso foi sarcasmo), Beth também aparece na boate. É um truque de roteiro batido e clichê, mas sempre há uma femme fatale que vai ajudar — ou atrapalhar tudo. Drebin a usa para distrair Cane enquanto ele se infiltra no escritório particular onde o circuito interno de TV é guardado.

Na maioria das boas comédias, as falas e referências descartáveis são as mais engraçadas. Tentando seduzir Beth com um olhar lascivo, Cane lhe serve seu melhor vinho. "O que é?", ela pergunta. "É da reserva especial de Bill Cosby", ele responde. Beth e Drebin são descobertos mas fogem para uma cabana nas montanhas, onde se entreolham com um olhar proibido para menores, embora haja a sugestão de um ménage à trois com Frosty, o Boneco de Neve de "Frozen".

Será que Drebin vai conseguir capturar o vilão? Será que Beth vai conseguir capturar o herói? É claro que vão. Mas o caminho para o sucesso é cheio de buracos hilários e todos eles levam à Arena PonziScheme.com ["Ponzi scheme" é "esquema de pirâmide" em tradução livre para o português], no centro da cidade, onde Cane começará a executar seu plano durante uma competição de luta livre. Toda vez que eu via o nome da arena esportiva, eu gargalhava. Era uma daquelas piadas que nunca envelhecem, dada a alusão à Arena Crypto.com [onde os Los Angeles Lakers mandam seus jogos].

Repetidamente, sem parar para respirar, o triunvirato de roteiristas e diretor lançam piada atrás de piada, piada atrás de piada, para ver o que pega. E mais acertaram do que erraram. O enredo e todos os seus recursos são incidentais; a execução está na entrega. O humor é leve, imaturo e infinito. É deixar o cérebro na porta do cinema, sentar e curtir.

O elenco é maravilhoso e criativo. Interpretando Beth está a robusta e escultural Pamela Anderson. Em seus figurinos, ela nunca se torna sedutora e leva sua comédia a sério. Ela é, na verdade, uma evolução de Priscilla Presley, que era a namorada e contraponto do Frank Drebin (pai) interpretado por Leslie Nielsen. Não pisque ou você perde a participação especial de Presley em uma única cena no meio do filme. Paul Walter Hauser interpreta Ed Hocken Jr. (o pai foi interpretado por George Kennedy no original). Ele é um ator muito versátil, ganhou um Emmy interpretando um serial killer na série "Black Bird" e agora pode ser visto em "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos".

Danny Huston (Richard Cane) é o bilionário da tecnologia que você adora odiar. Ele tem presença e sua voz é cheia de seriedade. Como todos os outros neste filme, ele levou seu trabalho a sério, o que o torna ainda mais divertido. Uma pena que ele não tenha sido chamado para interpretar Lex Luthor no recente filme "Superman".

Nunca é demais falar sobre Liam Neeson, que carrega este filme nos ombros. A idade e a responsabilidade pesam em seu rosto expressivo e profundamente marcado, e em seus olhos comoventes, tornando-o ainda mais crível quando as coisas saem do controle. Ele se saiu muito bem no que poderia ter sido uma comparação ingrata.

"Corra que a Polícia Vem Aí" não vai se tornar um clássico; provavelmente só há espaço para um deles na estante dos clássicos. Mas é engraçado, divertido e definitivamente vale a pena, tenha você 8 ou 80 anos. Dan Gregor, Doug Mand e Akiva Schaffer nos deram um respiro nestes tempos tensos. Talvez tivesse sido apropriado se mais crédito tivesse sido dado a Jerry Zucker, Jim Abrahams e David Zucker, os roteiristas do primeiro "Corra que a Polícia Vem Aí". Eles criaram os personagens originais, ou melhor, os "pais" nos quais este novo filme foi baseado, mas muitas das piadas visuais também foram inspiradas neles.

A atual equipe criativa foi habilmente auxiliada pelo editor Brian Scott Olds, pela diretora de adereços Kyla Dill e por uma grande equipe de efeitos especiais. As figurinistas Betsy Heimann e Maria Tortu merecem menção especial, mesmo que seja apenas por mostrar que Pamela Anderson, de meia-idade, ainda tem todas as curvas no lugar certo. A música do compositor Lorne Balfe acelera o filme, mas nenhum crédito foi dado ao compositor original Ira Newborn, cuja música tema ocasionalmente se destaca.

Pode ser um remake, mas "Corra que a Polícia Vem Aí" é original à sua maneira e deve encontrar um público amplo que busca mais do que apenas ar condicionado e super-heróis nos cinemas.

Leia o artigo original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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