Atriz de 'Mulheres Apaixonadas' faz revelação sobre seita religiosa
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Paula Picarelli, que viveu Rafaela em Mulheres Apaixonadas, revelou detalhes da experiência que teve em uma seita religiosa.
A atriz escreveu o livro “Seita – O dia em que entrei para um culto religioso”, onde, por meio de uma ficção, ela conta suas experiências reais. A obra está ganhando uma segunda edição. Paula está longe do grupo há 15 anos.
“Achei que esse processo de revisão fosse ser simples, porque eu também escrevo para teatro e estou acostumada a reler os meus próprios textos. Imaginei que essa história nem era mais sobre mim, mas sobre um tema importante a ser discutido. Mas, assim que eu abri o livro para fazer a revisão, toda a sensação voltou. Por um lado, é muito difícil entrar em contato com esse caso, mas por outro é muito divertido também, porque foi tanta maluquice. É um misto de emoções”, disse ela em entrevista à coluna Play, do O Globo.
“Já teve gente que me escreveu dizendo que, por conta do livro, conseguiu reconhecer as armadilhas antes de entrar numa seita. Isso me alegra, porque eu fui longe demais. Eu sempre tive o perfil CDF e, quando acreditei que aquilo era verdade, fui muito fundo na experiência. Foram oito anos. Posso dizer que tenho mestrado e doutorado no assunto”, disse ela.
De acordo com Picarelli, a seita era liderada por duas mulheres. Lá, o grupo sofria abusos psicológicos e morais.
“Acho que por isso [grupo de mulheres] não tivemos casos de abusos sexuais, como é visto em outros. Creio que também por isso essa história nunca veio a público. Eu mesma não tenho coragem de dar nome aos bois. Eu criei uma ficção para contar essa história. Era uma seita com todos os requisitos, incluindo abusos psicológicos e morais e ameaças de morte”, contou.
Mesmo sem citar nomes, Paula revelou que o livro causou impacto:
“Teve quem se identificou com algum personagem e não gostou e quem não se identificou com nenhum e se sentiu excluído (risos). Alguns acharam que eu peguei muito leve e outros, que peguei muito pesado. E vários pararam de falar comigo”.
“O que me surpreendeu é que eu achei que todos iriam tirar a mesma conclusão e que iríamos rir juntos disso. Não aconteceu. Acho que algumas pessoas não fizeram essa revisão e a reflexão sobre o ocorrido”, completou.