Figurinos de 'Ainda Estou Aqui' recriam décadas de história com precisão e emoção, diz figurinista
Manequim
Os figurinos de ‘Ainda Estou Aqui’ , primeiro longa original do Globoplay, desempenham um papel fundamental ao transportar o público para o Rio de Janeiro dos anos 1970 e acompanhar a passagem do tempo até os dias atuais. Aliás, o trabalho detalhado da figurinista Claudia Kopke , reconhecida por sucessos como ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘Tropa de Elite’ e ‘Dois Filhos de Francisco’, ajudou a construir a atmosfera única de uma história repleta de memórias e emoções.
Conforme, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme narra a trajetória de Eunice, mãe do autor, que enfrentou o regime militar após o desaparecimento do marido, o deputado Rubens Paiva.
Além disso, aborda os desafios de Eunice ao lidar com o diagnóstico de Alzheimer, o que torna o figurino essencial para expressar as mudanças vividas pelos personagens ao longo das décadas.
O processo criativo e a pesquisa histórica
Em entrevista ao Gshow, Claudia revelou que o ponto de partida foi uma extensa pesquisa de época.
“Realizamos um estudo detalhado utilizando internet, livros, revistas, filmes e muitas fotos da família Paiva. A partir disso, elaboramos as pranchas de figurino e apresentamos nossa proposta ao Walter Salles e ao diretor de arte, Carlos Conti“, explicou.
A figurinista também destacou que as peças precisavam traduzir a essência dos personagens e refletir a evolução de suas histórias ao longo do tempo. Confira:
Memórias pessoais como inspiração
Aos 65 anos, Claudia, natural de Niterói, encontrou no projeto uma conexão com suas próprias lembranças.
“Minhas memórias de infância e adolescência estiveram muito presentes. Quando escolhia um tecido ou confeccionava uma peça, me transportava diretamente para as casas das costureiras que frequentava com minha mãe”, contou.
Entre os desafios enfrentados pela equipe, esteve a recriação de peças típicas da época, muitas vezes confeccionadas à mão para garantir autenticidade. A figurinista destacou que o uso de materiais e modelagens específicos ajudou a capturar a estética das décadas passadas sem perder o olhar contemporâneo.
Reconhecimento internacional
Entretanto, o trabalho cuidadoso de Claudia Kopke tem rendido elogios e potencial reconhecimento. O filme, escolhido para representar o Brasil na busca por uma vaga ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional, também figura em listas não-oficiais que apontam possíveis indicações a Melhor Figurino.
Por fim, com figurinos que vão além da estética e ajudam a contar uma história de luta, memória e resiliência, ‘Ainda Estou Aqui’ reafirma o impacto do cinema brasileiro e a importância do cuidado nos detalhes de uma produção histórica.