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Dante Olivier desabafa sobre bullying por ser transgênero: "Não estava de acordo com o que era esperado de mim"
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Dante Olivier desabafa sobre bullying por ser transgênero: "Não estava de acordo com o que era esperado de mim"

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Máxima
02/11/2023 13h00
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Desde 2016, está em vigor a Lei nº 13.185, que classifica o bullying como “intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação”, além de também incluir “ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos”. Mesmo assim, 52% da população brasileira, entre 16 e 29 anos, relatam já ter vivido algum tipo de bullying, principalmente em ambiente escolar. Ou seja: é mais da metade.

O bullying ocorre por diferentes motivos e, infelizmente, o preconceito é um deles. Foi o que aconteceu com o influenciador Dante Olivier, que revelou ter sofrido na pele esse tipo de importunação ainda na escola.

“Sempre fui uma criança considerada ‘inadequada’ para o que as outras crianças consideravam legal ou descolado. Além disso, também sempre fui muito sensível, o que era ruim, já que tudo me afetava. Tive muitos apelidos, muitos mesmo, e, quanto mais eu ficava triste e chorava, eles começavam a pesar ainda mais. Passei por isso em várias escolas… Eu tentava me encaixar, mas falhei várias vezes nessa missão”, recordou.

Hoje, ele analisou que, naquela época, o fato de ser transgênero já influenciava: “Acredito que tinha relação, sim, quando eu me senti diferente, inadequado… Não pertencente ao que era para eu me sentir parte. Isso já vinha do fato de eu não estar de acordo com o que era esperado de mim, enquanto uma menina, naquele espaço”.

Aos 27 anos, Dante contou que faz terapia há um bom tempo e que, ao longo do tempo, foi resolvendo questões mais recentes, mas que os efeitos emocionais e psicológicos do que o bullying causou tem sido pauta nos encontros.

“Recentemente, me peguei pensando muito sobre o que eu pensava na época do colégio, fui revivendo algumas situações que eu lembro que me trouxeram incômodos. É algo que ainda estou buscando entender internamente, afinal, essas coisas que acontecem quando a gente é criança, às vezes, se vão com o tempo ou por conta do trauma, mas as marcas ficam. Só que a gente só percebe isso dentro de um processo terapêutico, quando você para e reflete... É justamente o momento em que estou”, assumiu.

E se essa já era uma situação dolorida no âmbito escolar, no cenário atual, onde tudo inclui internet e redes sociais, também é possível se deparar com esse tipo de atitude, entretanto, com um agravante: a “certeza” que o agressor tem da impunidade.

“O acesso às redes sociais, com certeza, desenvolveu outro tipo de bullying, né?! Porque a ilusão do anonimato passou a existir e, com isso, as pessoas passaram a ter mais coragem de falar e fazer ofensas ainda mais pesadas. Mesmo buscando o autoconhecimento constante, algumas reclamações conseguem me pegar em um lugar mais sensível e, aí, é mais difícil. O que é mais triste é que, às vezes, isso me faz ler menos comentários, ver menos DMs… Porque nunca se sabe o que estará ali. A maneira como vou lidar vai depender muito do momento também”, disse.

Ele finalizou: “O que precisamos entender é que, tanto quem já sofreu, quanto quem ainda sofre com bullying, precisa denunciar e ir atrás de descobrir quem fez isso, porque esses agressores não estão protegidos atrás de um perfil falso. É muito importante ajudarmos a coibir esse tipo de ação".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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