Liniker não é convidada para premiação de série a qual é protagonista
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Liniker abriu o coração e contou que não foi convidada para a cerimônia do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro em que Manhãs de Setembro, série a qual é protagonista, venceu como 'Melhor série brasileira de ficção'.
Em seu perfil no Instagram, a cantora e atriz trans comemorou a conquista importantíssima da obra e lamentou não ter sido chamada para participar do momento histórico.
"A arte de fazer arte no Brasil, é um grande desafio, tanto pelas construções artísticas para se desenvolver um trabalho, pela política que muitas vezes invisibiliza os meios possíveis para a concretização e incentivo à esses projetos, as relações que são múltiplas dentro “do meio” e por aí segue o roteiro que a gente já conhece.", começou a artista.
Liniker falou sobre a premiação e a série. "Ontem 'Manhãs de setembro' série que tive a honra de estrear, ganhou o prêmio de Melhor Série de Ficção no grande e consagrado Grande Premio do Cinema Brasileiro. A beleza dessa série, não é só pela história e condução dos personagens, mas porque pela primeira vez num Brasil que mata, invisibiliza, apaga a memória de pessoas lgbtqiap+, pretas e indígenas, uma profissional, atriz, artista, que estudou para poder exercer esse ofício e travesti preta, pode contar a história de uma outra travesti, ao lado de outras travestis e pessoas Trans, de outras pessoas pretas e de aliades, que acreditaram em cada vírgula dessa história e transformaram o grande manhãs de setembro no sucesso que é. O reconhecimento pelo trabalho, é muito importante, ainda mais como diz uma grande amiga 'a nível de Brasil', por todo o apagamento histórico que temos e vemos ao longa da história e trajetória artística de muitos e muites artistas por anos.", disse.
"Ontem, eu não fui convidada para poder celebrar ao lado da equipe e elenco o prêmio que ganhamos, a noite de vitória ao lado de tantos outros artistas e colaboradores do audiovisual brasileiro e mundial, ontem fomos esquecidas mais uma vez, na hora de estourar a champanhe quando chegamos no esperado “rolo 100” de uma produção, ontem o cinema brasileiro, esqueceu mais uma vez, as outras pessoas que colaboram para a criação de um projeto de nível mundial e que mudou sim, a história do audiovisual brasileiro da última década. Não só pelo meu trabalho, mas pela força e talento único de cada pessoa que se dedicou para que a série nascesse.", falou.
A artista finalizou com um questionamento. "Fica aqui a pergunta: De quem é que se lembra nas vitórias, depois que o processo 'acaba'?", colocou.
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais lamentou a ausência da estrela na premiação e reforçou que convida todos os finalistas, mas não tem domínio de quem será o representante de cada obra.