Setembro Amarelo: Preconceito leva pessoas da comunidade LGBTQIAP+ a sofrerem com doenças emocionais
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Durante o Setembro Amarelo, que é a campanha brasileira de prevenção ao suicídio, surgem pesquisas que destacam o impacto do preconceito na saúde mental da população LGBTQIAP+. Além dos desafios enfrentados no dia a dia, essa comunidade ainda é afetada pela discriminação.
O psicólogo Alexander Bez explicou que o suicídio na população LGBTQIAP+ tem uma particularidade adicional: a pressão social e/ou familiar que existe, levando a pessoa a ‘ultrapassar o limite suportado pela mente’. Quando ocorre a ideação suicida, ela se torna predominante, e pessoas podem partir para tentativas de suicídio. Vale ressaltar que, para haver um suicídio, a depressão deve estar presente como uma condição clínica antes no aparelho mental.
"A depressão clássica (transtorno depressivo maior) é uma condição clínica interna grave que também é fortemente influenciada por questões externas, que são negativamente significativas devido ao preconceito e aos estigmas. Esses dois componentes são precisamente os que aumentam a probabilidade de suicídio nessas populações. Do ponto de vista mental, a discriminação já reflete uma desorganização mental naquela pessoa, marginalizada socialmente devido a ‘ideias preconceituosas sobre sexualidades’, o que automaticamente gera um estresse, potencializando a depressão e, consequentemente, a tendência ao suicídio.", disse ele.
O especialista explicou: "É uma característica negativa adicional que agrava um quadro já extremamente grave. Com essas estigmatizações, a mente de alguém com depressão começa a operar em uma frequência ainda mais negativa, resultando em pensamentos como: será que sou tão diferente assim? Será que sou tão ruim assim? E assim por diante, levando a pessoa a acreditar, de forma delirante, que não merece viver devido à sua sexualidade. Isso não é verdade, mas infelizmente se torna um pensamento negativo e destrutivo funcional.".
"Outro fator que agrava muito esse tipo de ação (suicídio) é a rejeição social e familiar, que funciona como uma espécie de nutriente diário para a depressão, minando ainda mais as resistências mentais a essa ação.", finalizou.
Alexander Bez (psicólogo) - Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM); Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA); Especialista em Saúde Mental. Atua na profissão há mais de 27 anos.