Tatah Fávero desabafa sobre ataques capacitistas, racistas e gordofóbicos: "Precisei explicar que meu filho não é adotado"
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Vivemos em uma sociedade que já evoluiu em inúmeros pontos. Entretanto, há alguns outros que parecem estar estagnados há décadas. Um deles é a normalização que ainda existe sobre o preconceito. Mesmo com diversas leis que criminalizam suas diferentes formas, isso não fez com que o julgamento de uma pessoa por conta de determinada característica fosse finalizado. A influenciadora Tatah Fávero participou do podcast O que disse, padrão?, apresentado por Andressa de Almeida, e abriu o coração sobre situações onde ela e sua família sofreram preconceitos como capacitismo, racismo e gordofobia.
“Essa coisa do padrão está presente em diversas situações, né? Questões sobre o corpo fazem parte da minha vida desde sempre, mas quando me tornei mãe, me vi precisando de novos argumentos para a vida mesmo. De repente, precisei lidar com muito mais do que a gordofobia, precisei lidar com racismo e capacitismo. Confesso que foi surreal e bem absurdo”, revelou.
Tatah é casada com Vitin, vocalista da banda Onze:20. Juntos, eles são pais de Dominic, de 4 anos, que nasceu com Síndrome de Down. Após o nascimento da criança, Tatah confessou que passou a viver uma nova realidade, mas não apenas por estar vivenciando aquele momento da maternidade: ela começou a lidar com comentários sobre a cor do menino.
“Sempre lidei com a questão do corpo. Isso é algo que eu passo a vida inteira, mas hoje em dia já argumento bem quando vem algum comentário desagradável. Acontece que, do nada, me vi falando sobre racismo. Foi inacreditável precisar explicar que tem algo chamado gene recessivo e, se eu sou branca e meu marido é negro, meu filho poderia nascer negro também”, desabafou.
Ela continuou a descrever as situações: “O padrão existe, é fato. Mas recebemos mais críticas em relação à cor do meu filho do que em relação à Trissomia 21 em si. O Dom nasceu branco, mais do que eu, mas já recebemos mensagem até mesmo de pessoas perguntando se ele não tinha sido trocado na maternidade. Tem noção?”.
“Com todo respeito ao termo, a fala foi exatamente assim: ‘Levaram o pretinho saudável e deixaram o branquinho com deficiência para vocês, né? Mas pai é quem cria. O importante é o amor’. Não acreditei quando vi”, disse a influenciadora.
Empresária, ela também recordou as críticas que sofreu enquanto estava grávida e optou por continuar sua rotina de viagens e trabalhos: “Não deixei de estar nos lugares, então, era comum eu escutar coisas como ‘Nossa, e aqueles shows lá que a Tatah vai, hein?’. Ninguém questiona o pai que trabalha viajando, mas a mãe que trabalha com eventos está sempre fazendo algo de errado”.
“Tudo isso é algo que nos magoa muito, muito mesmo. É muito fácil ver de fora e dizer para ‘deixar pra lá’, mas o preconceito dói. O racismo dói. Se fosse só ‘deixar pra lá’, não doía em ninguém, mas dói e precisa acabar”, finalizou.