A animação de Natal que traz outra origem ao Papai Noel

Quando a origem do Papai Noel é o assunto, é possível concluir que o homem que usa trajes vermelhos e sai do polo norte para entregar presentes para as crianças de todo o mundo surgiu por meio de uma mistura de tradições cristãs e pagãs, e que o bispo São Nicolau de Mira, quem era conhecido pela generosidade, é a principal inspiração para a personalidade do bom velhinho, certo?

Mas, e se esse personagem tão popular do Natal não tivesse conexão com crenças religiosas, como ele seria? Bom, uma animação lançada em 2019 trouxe uma visão diferente da história do Papai Noel, abordando o surgimento da icônica figura sem nenhum vínculo com textos sagrados, mas mantendo todas as características que o fazem ser tão amado pelas crianças.

Qual é a produção?

A trama em questão é "Klaus", o primeiro filme de animação original da Netflix! A história, que está disponível no catálogo da plataforma de streaming, ganha forma por meio de Jasper, herdeiro de uma companhia de entregas, e o pior aluno da Academia de Carteiros, que devido ao seu comportamento mimado, recebe uma punição: seu pai lhe dá a missão de trabalhar em Smeeresnburg, uma minúscula e gelada ilha esquecida localizada acima do Círculo Ártico, e em um ano, acumular o total de 6 mil cartas.

O problema é que os moradores mal-humorados que ali vivem, nutrem desavenças entre si, afinal, são separados em duas famílias rivais, os Ellingboes e os Krums, que sequer se cumprimentam, e que, quando se esbarram causam um verdeiro caos — além de que, é claro, não estão nem um pouco dispostos a mandar cartas para ninguém, tornando o trabalho de Jasper difícil.

Ainda assim, quando Jasper conhece um homem de cabelos e barbas longas e brancas, que apesar da aparência robusta, tem um coração gigante, chamado Klaus, tudo muda! Isso porque, os dois acabam dando início a uma revolução que transformará a forma que Smeeresnburg funciona, e de brinde, farão com que surja uma das lendas mais amadas: a da existência do Papai do Noel.

Papai Noel lenhador?

Isso porque, Klaus é um lenhador que, vivendo isolado na floresta, esconde uma habilidade incrível: criar brinquedos com as suas próprias mãos, todos eles feitos madeira. A sua casa é lotada deles, e Jasper nota aí a oportunidade de fazer com que sua meta de cartas seja atingida, já que as crianças poderiam escrever a Klaus pedindo diferentes brinquedos.

Como resultado, além de conseguir cumprir a sua meta, Jasper resolve acidentalmente a briga que separava o povo de Smeeresnburg, visto que as crianças, agora com bonecos, carrinhos e muitos mais objetos em suas mãos, desejam brincar juntas, fazendo com que os adultos tivessem que super suas diferenças em prol de um bem maior, dando sentido a uma frase dita por Klaus: “um verdadeiro ato altruísta sempre desperta outro”, a qual resume a principal mensagem do filme e do Natal.

E é assim que nasce também um Papai Noel diferente, cujas semelhanças com a figura popular que se tornou um dos símbolos do dia 25 de dezembro se dão por pequenas coincidências, afinal, Klaus era um homem comum, cujos elementos que constroem a sua lenda, como as renas, o trenó, as roupas vermelhas e os presentes, surgem de forma natural na história, assim como as lições de amizade, generosidade e respeito à diferença.

Mais sobre Klaus

Animado no formato 2D, "Klaus" tem direção do espanhol Sergio Pablos (cocriador de “Meu Malvado Favorito”) e traz Rodrigo Santoro e Daniel Boaventura como as vozes dos personagens principais, Jasper e Klaus, respectivamente, na versão nacional da dublagem.

O filme venceu duas das maiores premiações cinematográficas na categoria de Melhor Animação: a Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão, mais conhecida como BAFTA, a qual corresponde ao Oscar Britânico e o Annie Awards, principal premiação de obras animadas.

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