As Bratz estão em “Barbie”? Entenda a teoria que coloca as bonecas rivais lado a lado
Recreio
Além de seu enredo e elenco, “Barbie” chama atenção pela quantidade de referências e easter eggs que esconde em suas quase duas horas de duração, visto que elas abordam desde o próprio universo da Barbielândia ao apresentar bonecas descontinuadas como Midge, a amiga grávida da protagonista, até alusões a obras cinematográficas relevantes para a cultura pop como “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968) e “Matrix” (1999).
Mas, devido à abundância de citações, piadas, objetos escondidos e até insinuações claras que acabam passando despercebidas em meio as risadas e lagrimas que o filme arranca, é comum que algumas dessas referências acabem sendo encontradas apenas após assistir ao live-action por mais de uma vez — como aconteceu com o usuário @its_ivanmars do Tiktok, que em vídeo, afirma ter descoberto, após ter acompanhado a trama nas telonas três vezes, uma alusão as maiores inimigas de Barbie no ramo dos brinquedos: as bonecas Bratz.
As Bratz estão mesmo em “Barbie”?
A teoria é baseada na cena em que a Barbie de Margot Robbie viaja ao mundo real em busca de sua criança e acaba parando no colégio de Sasha (Ariana Greenblatt). Isso porque, quando a boneca encontra Sasha, ela está sentada ao lado de suas amigas, Chloe, Yasmin e Jade, mesmos nomes das Bratz originais.
A ideia defende também que além de serem chamadas como as Bratz, as personagens que não polpam esforços em detalhar os motivos pelos quais não gostam de Barbie e a consideram um péssimo brinquedo, também são fisicamente parecidas com as bonecas que teriam sido criadas para competir com as vendas da boneca da Mattel.
Por fim, há ainda outro ponto: Gloria (America Ferrera) dá o apelido "Bunny Boo" para sua filha Sasha, apelido que também é usado pela boneca Bratz. Veja o vídeo da teoria!
Bratz e Barbie são realmente rivais?
Vale lembrar que Bratz é uma linha de bonecas criada pela MGA Entertainment que nos anos 2000 passou a concorrer diretamente com a Barbie, visto que elas logo se tornaram um objeto de referência para crianças e adolescentes que se identificavam com as tendências da moda Y2K da época, as mesmas que eram representadas do estilo das bonecas.
Ainda assim, a rivalidade entre as marcas Bratz e Barbie se torna ainda mais profunda ao saber que Carter Bryant, o fundador da MGA, já trabalhou para a Mattel desenvolvendo designs para a boneca mais famosa de todos os tempos durante os anos 1990.
Segundo o portal Terra (via Aventuras na História), foi nessa mesma época de Bryant passou a desenvolver os primeiros rascunhos da Bratz — fato que levou a uma batalha judicial entre o empresário e a fabricante de brinquedos por trás da Barbie.
Isso porque, enquanto funcionário da Mattel, o contrato estabelecido entre a contratante e Bryant contava com uma "cláusula de invenções" que estabelecia que ele não poderia levar suas criações para fora da Mattel enquanto cumprisse serviços criativos para a empresa, regra que a companhia afirma que o artista teria quebrado.
Com isso, em 2004, a empresa iniciou a abertura do processo que teve a primeira sentença proferida quatro anos depois, quando em 2008 o juiz decidiu a favor da Mattel, sendo determinado que a produção das bonecas Bratz deveria ser encarrada.
Mas, o caso estava longe de alcançar seu fim, visto que, logo após, Bryant recorreu à decisão alegando que erros jurídicos haviam afetado o processo, fato que fez com que a ação judicial fosse anulada e o caso ganhasse novas páginas em 2010.
Desta vez, a MGA apresentou a criação das Bratz e suas patentes, provando que tudo foi desenvolvido após o designer ter sido desligado da Mattel, o que fez com a empresa de Bryant vencesse sem que a fabricante de brinquedos responsável pela Barbie pudesse recorrer à decisão.
Além disso, foi concedido ainda o “abono total dos danos ocasionados pelos custos do processo, incluindo o salário dos advogados”, como explica o portal Aventuras na História ao contar que o valor estimado do benefício monetário adquirido pela MGA foi de US$ 309 milhões em 2011.