É verdade que Dom Pedro I teve dor de barriga enquanto declarava a Independência do Brasil?
Recreio
Em 7 de setembro de 1822, o imperador Dom Pedro I gritava às margens do rio Ipiranga “independência ou morte”, marcando a proclamação da Independência do Brasil.
Por muitos anos — e até mesmo através de quadros que representam o momento histórico — aprendemos que, no momento em que o monarca levanta sua espada e grita a famosa frase, ele estava utilizando suas melhores roupas, montado em um belo cavalo e acompanhado de uma enorme comitiva de soldados brasileiros prontos para qualquer batalha.
Contudo, com o lançamento do livro “1822”, do escritor e jornalista Laurentino Gomes, alguns desses fatos que aprendemos desde pequenos acabaram sendo desmistificados, como o fato de que Dom Pedro I e sua comitiva estavam montados em mulas, e não em cavalos.
Além disso, algo que chamou a atenção dos brasileiros foi que o imperador passava por uma leve dor de barriga durante o percurso.
Dor de barriga?
Segundo a apuração feita por Laurentino, Pedro I estava, de fato, com uma indigestão no fatídico 7 de setembro de 1822, causada, provavelmente, por consumir uma água contaminada ou por algum alimento que não foi armazenado corretamente.
“Testemunha dos acontecimentos, o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo, subcomandante da guarda de honra e futuro barão de Pindamonhangaba, usou em suas memórias um eufemismo para descrever a situação do príncipe. Segundo ele, a intervalos regulares D. Pedro se via obrigado a apear do animal que o transportava para ‘prover-se’ no denso matagal que cobria as margens da estrada", afirmou o autor no livro.
Laurentino também explica no livro que a viagem precisou realizar uma parada no município de Cubatão, localizado na Região Metropolitana da Baixada Santista, em São Paulo, para que o monarca recuperasse suas energias antes de retornar para a estrada.
“Maria do Couto, responsável pelo estabelecimento, preparou-lhe um chá de folha de goiabeira, remédio ancestral usado no Brasil contra diarreia. A ação do chá apenas aliviou temporariamente as dores do príncipe, mas deu-lhe ânimo para prosseguir a viagem", relata Laurentino na obra ‘1822’.
Após todo o processo da Independência ser concluído, foi apenas por volta de 1824 que o Brasil se estabeleceu como uma nação independente, tornando-se a primeira monarquia das Américas — e a única de toda a América do Sul.