K-dramas que fizeram sucesso internacionalmente mas deram errado na Coreia
Recreio
A popularidade dos k-dramas, as produções seriadas da Coreia do Sul, só aumenta! Durante o primeiro semestre do ano passado, a Netflix revelou em um relatório de engajamento que o conteúdo em outros idiomas representou quase um terço de todas as visualizações na plataforma de streaming, com títulos sul-coreanos, como "Rainha das Lágrimas", acumulando 29 milhões de views, "Parasite: The Grey" 25 milhões, e "Meu Demônio Favorito" chegando a 18 milhões.
Ainda assim, alguns dramas que foram muito bem aceitos pelos assinantes ao redor do mundo, não tiveram a mesma aclamação do público sul-coreano, como revelado pelo portal Koreaboo ao listar os motivos pelos quais "Tudo Bem Não Ser Normal" e "O Rei Eterno" não fizeram sucesso em seu país de origem.
1. "Tudo Bem Não Ser Normal"
Começando por "Tudo Bem Não Ser Normal", a produção lançada em 2020 pela tvN acompanha Ko Moon Young, personagem de Seo Ye Ji, a qual é uma escritora de livros infantis que conhece Moon Gang Tae, vivido por Kim Soo Hyun, um cuidador de pessoas com doenças mentais, após se encontrarem por acaso e descobrindo juntos um caminho para a cura e superação emocional.
O romance, que trata de assuntos relacionados a saúde mental em uma trama emocionante e repleta de química entre o casal, foi um dos K-Dramas mais assistidos na Netflix internacionalmente — mas, na Coreia, despertou críticas devido à atuação de Kim Soo Hyun, quem retornava a TV após uma pausa de três anos relacionada ao alistamento militar obrigatório para homens sul-coreanos. Na opinião de alguns internautas do país, o ator não transmitiu emoções de forma natural.
Além disso, há também algumas polêmicas relacionadas ao conteúdo apresentado, já que alguns não consideram este um bom k-drama para ver em família, assim como há discussões sobre possíveis ações não consensuais entre os personagens.
2. "O Rei Eterno"
Também em 2020, a SBS transmitiu "O Rei Eterno", trama que tem a seguinte sinopse na Netflix: "Um imperador coreano passa por um portal misterioso e entra em um mundo paralelo onde conhece uma detetive obstinada".
No elenco há nomes como Lee Min Ho, Woo Do Hwan, Kim Go Eun, Kim Kyung Nam e Jung Eun Chae — a qual recebeu críticas durante a exibição do drama por ter um caso com o cantor Jung Joon Il, sendo esse um dos possíveis motivos pelos quais o título não se tornou popular na Coreia do Sul.
Outras razões listadas pelo Koreaboo incluem:
- Possíveis referências japonesas: A relação entre a Coreia do Sul e o Japão é delicada devido a ações tomadas durante a colonização japonesa da península coreana (1910-1945) e a Segunda Guerra Mundial (1939 −1945), assim referências a Terra do Sol Nascente, muitas vezes, não são bem digeridas pelo público sul-coreano. No caso do k-drama, possíveis alusões a arquitetura e os navios de guerra japoneses não foram vistas como bem-vindas pelo público.
- O gênero de fantasia: O título mistura ficção com elementos mágicos e sobrenaturais, o que não agrada tanto o público sul-coreano que prefere temas mais realistas.
- Excesso de publicidade indireta: Chamado de Product placement, esse tipo de marketing sugere que mensagens publicitárias sejam passadas ao público de maneira sutil. No entanto, há reclamações sobre o uso em excesso dessa estratégia, o que teria atrapalhado o fluxo e a imersão da história.