O final descartado de 'Soul' que quase ninguém conhece
Recreio
Lançado em 2020 sob o selo Disney e Pixar, ‘Soul’ foi comandado pelos diretores Pete Docter e Kemp Powers para apresentar Joe e 22, dupla improvável que possui modos de enxergar a vida quase que opostos, mas que encontram, em meio às diferenças, o real significado de viver ao descobrirem o quanto as pequenas coisas são importantes para a felicidade real.
Por que você é... VOCÊ? Nesta animação da Pixar, Joe Gardner é um professor de música que recebe a chance de tocar na melhor casa de jazz da cidade. Mas um pequeno passo em falso o leva das ruas de Nova York para o Pré-vida- um lugar fantástico onde novas almas obtêm suas personalidades, peculiaridades e interesses antes de irem para a Terra. Determinado a retornar para sua vida, Joe une forças com 22, uma alma precoce que nunca achou graça na experiência humana. E ao tentar desesperadamente mostrar a 22 as vantagens de estar viva, Joe pode acabar descobrindo as respostas para algumas das questões mais importantes da vida.”, diz a sinopse disponível no Disney+.
Na animação, a história chega ao fim com Joe ajudando 22 a alcançar a vida na Terra, Logo após, ele também retorna ao seu corpo para que finalmente possa viver sua vida de forma verdadeira, aproveitando cada momento — mas o que alguns podem não saber, é que esse não era o verdadeiro destino de Joe.
O final descartado de 'Soul' que quase ninguém conhece
Isso porque, em entrevista concedida ao ET Online (via Screenrant), Pete Docter e Kemp Powers revelaram que o plano era manter Joe no Grande Além (The Great Beyond, em inglês) depois dele enviar 22 a Terra, como um "ato altruísta", onde ele aceitaria o seu destino após transmitir seus conhecimentos a pequena alma.
Temos versões do final em que Joe não volta para seu corpo, onde na verdade ele permanece morto. Temos versões do final em que você vê Joe na Terra um ano depois. Cara, esse final gerou mais debate do que qualquer outro elemento do filme”, disse Powers.
O cineasta ainda contou que caso o final fosse escolhido, o público poderia acompanhar Joe se tornando o “melhor mentor” do You Seminar, o local onde as almas jovens se desenvolvem e ganham personalidade antes de serem transportadas para um recém-nascido na Terra.
A versão com Joe não voltando ao seu corpo, ele basicamente acabou como um mentor no You Seminar, mas um mentor repetido. Ele ficou e acabou sendo, tipo, o melhor mentor de todos, e trouxe muitas ideias novas para o You Seminar. Ele meio que revolucionou isso. Foi muito fofo e muito engraçado e irritou algumas pessoas, mas você sabe, você aprende tentando. Não funcionou, mas foi uma exploração divertida.
Ainda que o final agridoce não pudesse agradar a todos, a ideia original só foi substituída pois o conceito final já visto nas telas funcionaria melhor, já que todos os aprendizados que Joe adquiriu enquanto ajudava 22 deveriam ser aproveitados por ele também.
[..] Em termos de história, você não pode ensinar esse cara a aproveitar a vida da maneira certa e depois roubá-lo disso. Então, simplesmente não parecia o caminho certo a seguir. Embora esse fosse o rascunho original”, explicou Docter.
Docter continuou: "Na época, eu estava pensando: "O ato mais altruísta que você pode fazer é morrer - eu tive a chance. Já aproveitei a vida. Agora, você deveria ter essa chance, você, 22, que tem não ousou descer." Isso parecia poético e legal, mas, no final das contas, no filme, cada cena era Joe dizendo: "Espere um segundo, eu não vivi isso da maneira certa antes". Então, não parecia certo no final dizer: "Tudo bem, vá embora!" Nessa versão ele estava tipo, em paz e entrou.”
Além disso, Docter revelou que um terceiro final também foi discutido. “Havia outra versão em que ele realmente foi para o Grande Além, havia uma cena lá e depois ele voltava. E percebemos que provavelmente estávamos brincando com fogo, mesmo que fosse bastante esotérico. Eu não acho que foi muito explícito em termos de "É assim que a vida após a morte se parece!" Era mais abstrato. Mesmo assim, decidimos: "Eh, provavelmente perigoso". E não é o certo para o filme, o mais importante.”