"Perdi um irmão": Diz Mauricio de Sousa sobre morte de Ziraldo
Recreio
Neste sábado, 6, faleceu aos 91 anos o desenhista e escritor Ziraldo, pai do “Menino Maluquinho”. Segundo informações divulgadas pela família, o renomado autor morreu por volta das 15h enquanto dormia em seu apartamento, no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A causa da morte não foi informada.
O velório de Ziraldo irá acontecer amanhã, 7, na Associação Brasileira de Imprensa, a partir das 10h. O sepultamento está marcado para as 16h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Após o anúncio de seu falecimento, um dos grandes amigos do autor, e também grande nome dos quadrinhos brasileiros, Mauricio de Sousa, pai da “Turma da Mônica”, também se pronunciou através das redes sociais, lamentando a perda do chargista.
“Que tristeza! Não tenho palavras. Perdi mais que um grande amigo. Perdi um irmão”, escreveu Mauricio nas publicações.
A dupla se conhece há anos, desde a década de 1960. Mauricio chegou a ser convidado para escrever algumas tirinhas de Pererê, porém, durante a Bienal do Livro de 2018, os cartunistas revelaram que a parceria só não aconteceu pois as tirinhas se perderam.
Porém, anos depois, a tão esperada colaboração finalmente aconteceria. Ainda em 2018, Mauricio de Sousa e Ziraldo lançaram “Mônica e o Menino Maluquinho na Montanha Mágica” e, no ano seguinte, voltariam a colaborar em “Mônica e o Menino Maluquinho Perdidos no Espaço”.
Mais sobre Ziraldo
Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932, filho de Zizinha e Geraldo, e o mais velho de sete irmãos.
Apaixonado por desenhar desde muito novo, teve seu primeiro desenho publicado quando ainda tinha apenas 6 anos, em 1939, no jornal Folha de Minas. Em 1957, formou-se em direito, porém, naquela época, sua carreira já estava voltada para os desenhos. No mesmo ano, passou a trabalhar nas revistas “A Cigarra” e “O Cruzeiro”, publicando charges políticas e cartuns. No ano seguinte, se casou com Vilma Gontijo, com quem teve três filhos: Daniela, Fabrizia e Antônio.
Já na década seguinte, surgiram os personagens Mineirinho, Supermãe e Jeremias. Foi nessa época também que publicou a primeira revista brasileira infantil, com a “Turma do Pererê”, encerrada em 1964 devido à ditadura militar. Com o fim da primeira publicação, fundou ao lado de outros humoristas o “O Pasquim”.
Durante a ditadura, participou da luta pela democracia, chegando até a ser detido em 13 de dezembro de 1968. Seus desenhos eram compostos por textos ácidos e ilustrações repletas de deboche, algo que não agradava o governo da época.
Um de seus maiores sucessos, “O Menino Maluquinho”, chegaria apenas em 1980. O personagem, considerado como um dos maiores fenômenos de todos os tempos do mercado editorial brasileiro, se tornou tão popular que saiu das páginas, e ganhou adaptações em games, cinema, teatro e televisão.