Por que não existem humanos em Carros?
Recreio
A franquia de "Carros" faz parte dos grandes sucessos lançados pela Pixar. Os filmes contam a história de Relâmpago McQueen, um carro de corrida famoso que acaba se perdendo e para em Radiators Springs, uma pequena cidade localizada na Rota 66. Lá, ele conhece outros veículos e se torna grande amigo de todos os habitantes, passando por diversas aventuras e encontrando o seu grande amor.
No entanto, algo presente nos filmes chama a atenção do público desde o seu primeiro lançamento, em 2006: por que não existem humanos? Durante a trilogia, podemos notar que realmente os únicos seres vivos presentes no mundo são meios de transporte, que levam as suas vidas de um jeito muito parecido com o nosso, possuindo os seus próprios estabelecimentos, programas de televisão, formas de entretenimento e muito mais.
Em 2017, o diretor criativo da Pixar Jay Ward revelou em uma entrevista para o site ScreenCrush a possível resposta por trás deste enorme mistério. Na ocasião, ele disse “Se você pensar sobre isso, temos tecnologia de carro automático vindo agora, está chegando ao ponto onde você pode sentar-se no carro e ele dirige sozinho”.
“Imagine no futuro próximo, quando os carros continuarem ficando cada vez mais espertos e inteligentes, depois de um dia eles simplesmente irão dizer: ‘Por que nós precisamos de seres humanos? Eles estão apenas nos atrasando. É apenas um peso extra, vamos nos livrar deles.’ Porém, o carro assume a personalidade da última pessoa que a conduziu”, completou o diretor.
Durante a entrevista, Ward ainda revelou o porquê de nós não conseguirmos enxergar o interior dos carros mesmo todos possuindo janelas. “Você nunca verá as portas abertas, porque o cérebro e os olhos estão lá dentro, não queremos que nada caia do lado”, disse.
No entanto, ainda existe outra hipótese que diz algo um pouco diferente da ideia de Jay. Segundo a famosa Teoria da Pixar, criada pelo jornalista Jon Negroni, o motivo de não existirem humanos em Carros teria ligação com o personagem Síndrome, de Os Incríveis, que criou uma tecnologia capaz de dar autonomia para as máquinas — como podemos conferir no final do primeiro filme, onde o enorme robô do vilão acaba ganhando vida própria e se virando contra o mesmo.
A teoria diz que, por volta dos anos 2100 e 2200, todas as máquinas já teriam adquirido consciência, tendo a habilidade de pensar, falar e tomar as suas próprias decisões. Essa mesma época coincidiria com o ápice da poluição na Terra. O grande investimento em diferentes tecnologias feito por enormes empresas, como a BnL (Buy-n-Large), de Wall-E, teria sido o principal motivo para o planeta ficar tão sujo que impossibilitaria a permanência dos humanos.
Sendo assim, eles decidiram se mudar para o espaço, passando a viver em naves gigantes, onde dentro existiria tudo o que for necessário para sobreviver, incluindo inúmeros robôs para servi-los. A transição para essa nova vida também acaba sendo mostrada em Wall-E, nos contando que, com o passar dos anos, a nossa espécie se tornou totalmente dependente da tecnologia. Dessa forma, com os seres humanos no espaço, a Terra fica vazia e acaba sendo ocupada pelos seres que restaram no planeta: as máquinas.