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Casa Gucci cansa com quase 3h de tela, mas elenco compensa (crítica)
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Casa Gucci cansa com quase 3h de tela, mas elenco compensa (crítica)

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Tecmundo
25/11/2021 14h54
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Extravagância, ambição e comédia. Se a família Gucci pudesse se resumir em três palavras, com certeza seriam estas. Ou, pelo menos, resumiriam o retrato criado pelo renomado diretor Ridley Scott em seu novo filme Casa Gucci, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (25).

A trama, baseada no livro Casa Gucci: Uma História de Glamour, Cobiça, Loucura e Morte, de Sara Gay Forden, conta a história de amor e poder entre Maurizio Gucci e Patrizia Reggiani, além, é claro, dos bastidores da famosa marca de grife italiana.

Nos papéis principais estão Lady Gaga e Adam Driver, interpretando Patrizia e Maurizio Gucci, respectivamente. A trama acompanha a história do casal desde o seu primeiro encontro até o fatídico dia em que Patrizia é condenada pelo assassinato do ex-marido. Aqui, é impossível negar a química e o ótimo entrosamento entre os dois atores, enquanto Gaga dá vida a uma mulher confiante e ambiciosa, e Driver interpreta o atrapalhado Maurizio.

Os dois seguram muito bem a trama, mas o destaque é de Lady Gaga, cuja atuação permite que o espectador esqueça completamente a cantora pop por trás do papel — e que, alguns anos atrás, ficou lembrada por sua famosa roupa de carne em uma premiação. Algo que os Gucci, com certeza, não aprovam.

A atriz já afirmou em entrevistas que demorou para conseguir se desligar do papel, mesmo após as gravações. Não é para menos, Lady Gaga entrega mais do que o suficiente para equilibrar tanto os lados "animalescos" da personagem quanto a fome de poder que tornava Patrizia uma estrategista — e controladora — nata. Pelo menos no filme.

O tom de voz satírico acompanha a narrativa ao longo de todo o filme, com a luxuosa bagunça familiar dos Gucci em primeiro plano. Vale ressaltar que, em alguns momentos, tanto Driver quanto Gaga e Leto (Paolo) parecem mais caricatos do que deveriam ao darem vida a personagens italianos, mas os veteranos Jeremy Irons (Rodolfo Gucci) e Al Pacino (Aldo Gucci) contam com a longa experiência nas telonas e tiram de letra o desafio.

Jared LetoJared Leto como Paolo Gucci (Reprodução)

No longa, é possível ver como as falcatruas, o casamento e, consequentemente, a ascensão de Patrizia, levou à queda da família na administração do império Gucci. E, enquanto são narrados os pontos altos e baixos do casamento, outros personagens roubam a cena. A dinâmica entre Paolo e Aldo é de longe um dos pontos altos do filme. A dupla concentra todo o alívio cômico ao longo das 2h37 minutos de filme.

Duração que, por sinal, parece desnecessária em várias partes da trama. Isso porque o roteiro, aparentemente, tem a ambição de contar todas as facetas da família, que, como já era esperado, incluem traições, relações de poder e, claro, muita sonegação de impostos. Na tentativa de explicar tudo, o filme dá apenas uma pincelada rápida em cada uma dessas questões, passando o ar de “o importante é dizer que aconteceu”.

A trama parece “perder a mão” na metade da narrativa e a culpa é da quantidade de acontecimentos apresentados na tela. No fim, o espectador pode ficar com a impressão de que alguns personagens foram deixados no meio da narrativa.

Adam Driver e Lady GagaAdam Driver e Lady Gaga como Maurizio e Patrizia (Reprodução)

A personagem Pina, interpretada por Salma Hayek, por exemplo, foi quem incentivou Patrizia a matar o marido, mas pouco aparece em cena. Já a última parte do filme, uma das mais esperadas, é contada às pressas, como se quisesse terminar logo as quase três horas de sofá dos espectadores.  

Por fim, fica claro que o grande elenco da produção será o responsável por levar Casa Gucci para as premiações de 2022. Aos que pretendem ir aos cinemas conferir o título, uma dica da autora: reduza as expectativas para ter uma experiência agradável.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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