Community: como a série previu a onda de falsos influenciadores?
Tecmundo
É comum que diversas produções da televisão e do streaming representem sua época. Inclusive, em meio a tantas construções narrativas, há também espaço para imaginar como certas configurações sociais vão se transformar em meio à ficção. Com muita criatividade e personagens cativantes, Community, série lançada em 2009 pela NBC, trouxe um fato bastante curioso para os espectadores em sua 3ª temporada.
Hoje em dia, é comum que estejamos sempre muito conectados. Seja em redes sociais ou aplicativos de diversas funções, o fato é que o mundo descobriu uma forma de carregar basicamente sua vida por meio de um simples aparelho de celular. A mudança ocorrida nos últimos anos está ligada diretamente com o surgimento de uma nova profissão: influencer.
(NBC/Reprodução)
Os influenciadores digitais acumulam vários seguidores e são capazes de fazer simples divulgações para marcas e empresas que acabam gerando grandes retornos financeiros a elas. Em 2012, quando a NBC exibiu a 3ª temporada de Community, os espectadores foram surpreendidos pela inventividade do roteirista Dan Harmon, que, de certa forma, discutiu um assunto que ainda não era popular.
Community: influencers foram abordados na série
Intitulado como “Digital Exploration of Interior Design”, o episódio 13 da 3ª temporada mostrava o reitor Pelton (Jim Rash) cedendo um espaço vago de refeições da universidade para a rede Subway. Embora Shirley (Yvette Nicole Brown) tenha ficado decepcionada com a atitude, a inauguração chamou a atenção dos estudantes.
Aos poucos, o grupo principal da série percebeu que poderiam haver irregularidades na questão empresarial, tendo em vista uma legislação específica para o campus acadêmico, a qual garantia que as empresas só poderiam funcionar por lá se fossem controladas majoritariamente por alunos.
(NBC/Reprodução)
Para driblar a questão, o Subway apresentou um homem (Travis Schuldt), que também atendia pelo nome da rede de fast food, a todos os alunos, garantindo que ele estava matriculado em Greendale e consistia no comandante da empresa por lá. Embora controverso, o rapaz se portava como uma empresa ambulante, sempre falando seu slogan e chamando a atenção para todas as suas promoções.
Sua imagem chamou a atenção dos estudantes, influenciando-os positivamente a dar uma chance para a empresa no campus. Muitos deles passaram a gastar seu dinheiro na companhia a partir daquele ponto, pois confiavam em sua aparência e também no jeito de se portar. De maneira interessante, o público percebe que o rapaz não tinha nenhuma vida além do Subway, algo que seu próprio nome já anunciava.
Todas as vezes em que surgia, não havia nada além de reforçar positivamente a empresa que trabalhava. E sabemos que, na vida real, as coisas não funcionam dessa maneira. Inclusive, diversos influencers famosos já foram flagrados fazendo exatamente o oposto daquilo que as marcas com quem já haviam trabalhado pregavam.
(NBC/Reprodução)
Em linhas gerais, a crítica do episódio está ligada a uma vida de aparências, algo que só funciona na fachada e não tem nenhuma profundidade. Atualmente, muitos “influencers falsos” surgem na internet apenas para manter um status quo. E Community já havia previsto essa situação há alguns anos.