Nova greve dos roteiristas pode afetar filmes e séries; entenda!
Tecmundo
O dia 1º de maio de 2023 pode marcar para sempre a história do cinema e da televisão. Por quê? Nesta data, os roteiristas profissionais que estão atualmente em atividade na indústria do entretenimento podem entrar oficialmente em greve, o que poderia pausar ou até cancelar diversas produções vindouras ou que já estão em andamento. De acordo com o The Writers Guild of America (WGA), sindicato que representa os escritores, 97.85% de seus membros já votaram a favor de uma greve, caso as demandas da classe não sejam atendidas.
Desde o final de março, o WGA estava conversando com a Alliance for Motion Pictures and Television Producers (AMPTP), associação que representa cerca de 350 produtoras audiovisuais norte-americanas, sobre novas condições de trabalho voltadas para roteiristas. O novo acordo entre as organizações deveria ser efetivado na próxima segunda-feira (1º de maio), porém, as negociações não avançaram como o esperado e, alguns dias depois, em 17 de abril, o WGA realizou a votação para a greve geral dos escritores.
“Depois de duas semanas de negociações, [os estúdios] falharam em oferecer respostas significativas sobre as principais questões econômicas em qualquer uma das principais áreas de trabalho do WGA – cinema, episódios de televisão e variedades de comédia”, afirmou o sindicato dos roteiristas em comunicado. “Eles ouviram educadamente nossas apresentações e fizeram pequenos movimentos em apenas algumas áreas [...}. Resumindo, os estúdios não mostraram nenhum sinal de que pretendem lidar com os problemas que nossos membros estão determinados a resolver nesta negociação”.
Caso o novo contrato entre WGA e AMPTP não seja firmado, todos os roteiristas pertencentes ao sindicato, a partir do dia 1º de maio, serão forçados a parar de trabalhar, o que pode resultar em uma enorme crise em Hollywood.
Caso os roteiristas entrem em greve nos Estados Unidos, diversas produções podem parar.
O The Writers Guild of America (WGA) é um sindicato trabalhista norte-americano que representa roteiristas profissionais que atuam em diferentes áreas do campo audiovisual. São elas: cinema, televisão, animações, documentários, programas de variedades, talk shows e até video games (afinal, as histórias dos jogos também são criadas por escritores profissionais).
A associação é incumbida, nesse sentido, de garantir direitos básicos aos associados, bem como compensações justas, perante as grandes companhias do mercado, incluindo estúdios cinematográficos e emissoras de televisão.
O argumento do WGA, bem como dos profissionais que a compõe, é a de que a demanda por conteúdo nunca foi tão grande como é atualmente. Com o surgimento de diversos serviços de streaming, cada qual com várias produções originais em seus catálogos, além das já consolidadas indústrias cinematográfica e televisiva, que nunca param, roteiristas têm tido que se desdobrar para atender todas as solicitações que recebem.
Em um relatório divulgado em março pelo WGA, a entidade diz que, apesar de a enorme quantidade de serviços gerar ótimos níveis de empregabilidade, o mesmo não se pode dizer sobre os níveis de compensações. Ou seja: há muito mais trabalho, mas os salários dos roteiristas não cresceu de acordo com o mercado. Aliás, o estudo do sindicato aponta que o número de escritores trabalhando em troca de condições básicas (que seriam benefícios obrigatórios e salários mínimos para a categoria), aumentou bastante.
De maneira geral, a porcentagem de roteiristas profissionais trabalhando por compensações mínimas aumentou de um terço (2013 - 2014) para quase metade (2021 - 2022). Além disso, os pagamentos para a classe também caíram cerca de 14% nos últimos cinco anos (já considerando os ajustes de inflação). Em suma, o que exige o WGA é: paguem melhor os roteiristas ou não contem com eles.
Aguardemos cenas dos próximos capítulos!