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Shazam 2: vale a pena ver no cinema ou esperar pelo streaming?
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Shazam 2: vale a pena ver no cinema ou esperar pelo streaming?

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Tecmundo
15/03/2023 20h00
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Na tentativa de trazer uma dose de alegria ao seu universo compartilhado, a DC  resolveu investir em um querido e carismático personagem das HQs em 2019: o Shazam. Quatro anos se passaram e, agora, Shazam: Fúria dos Deuses chega aos cinemas nesta quinta-feira, 16, em meio a uma reformulação total dentro da DC Studios.

Fúria dos Deuses é divertido, e não faz mais do que a sua própria obrigação de entreter o público com o básico. No entanto, os adiamentos , problemas na campanha de marketing, e as péssimas projeções de bilheteria podem ter colocado a sequência xeque, mesmo que o conteúdo faça jus ao que promete.

Confira a seguir a crítica do filme e veja se a aventura do personagem vale a ida ao cinema, ou se é melhor esperar o lançamento no streaming — o filme deve chegar ao HBO Max futuramente.

O Shazam de 2019 foi responsável por ser o filme "mais Marvel" dentro da DC, que vinha se estabelecendo como um grande universo sombrio. Porém, a chegada do primeiro longa abriu a porta para produções leves e bobas.

Fúria dos Deuses abraça essa bobagem, assim como seu antecessor, e garante um filme Sessão da Tarde. A trama segue a família de crianças adotadas pelo casal Victor e Rosa Vázquez, composta pelo protagonista, Billy Batson, e seus irmãos adotivos, precisando combater as temíveis Filhas de Atlas.

O roteiro de Henry Gayden e Chris Morgan se apoia em uma aventura clássica de um grupo que ainda está descobrindo como trabalhar em equipe. Com medo de perder mais uma família, Billy passa a controlar demais como e quando seus irmãos podem utilizar seus poderes, causando pequenos atritos com alguns personagens.

Novamente, a dinâmica principal da trama gira em torno de Billy (Asher Angel/Zachary Levi) e Freddy (Jack Dylan Grazer), na velha história do irmão mais velho que quer tomar as rédeas do mais novo. A história consegue contar isso de uma forma rápida, e fugindo de dramas e diálogos desnecessários, mostrando que Freddy, e os demais, só querem um pouco mais de liberdade, sem precisar fazer absolutamente todas as tarefas em família.

 

Mas assim que a ameaça das vilãs começa a tomar conta do enredo, esses problemas vão sumindo para serem retomados discretamente no final. Embora Fúria dos Deuses tenha a família como plano de fundo, o desenvolvimento dos personagens não importa tanto para o público.

No fim, isso causa a sensação que a resolução desses problemas é quase que inútil para a história, e não causa comoção no espectador durante o desfecho. Porém, se o roteiro de Gayden e Morgan tivesse tentado se apoiar mais nesse arco, resultaria em um filme mais arrastado e com uma carga dramática maior, qalgo que definitivamente não parece ser o propósito dessa sequência. Diferente do primeiro, que ainda fazia questão de tocar na relação mãe e filho com Billy, Fúria dos Deuses não perde tempo e parte para outro horizonte.

Se o longa deixa a família mais escanteada, não podemos dizer o mesmo do aspecto mitológico da produção. O filme abraça cada vez mais a profundidade mágica e fantástica  do universo, mas sem se tornar sombrio demais. O novo Shazam consegue se expandir bem, mas não dá um passo maior do que a própria perna para isso.

As grandes antagonistas ficam a cargo das Filhas de Atlas, três deusas que recuperam seus poderes após roubarem o cajado do Mago, e vão atrás da Família Shazam para tirar os poderes dos campeões.

Hespera (Helen Mirren), Kalypso (Lucy Liu) e Anthea (Rachel Zegler) fazem o papel dessas divindades amarguradas com os seres humanos, e planejam – adivinhe só – destruir a Terra ao espalhar o caos no mundo. As motivações não são originais, mas dado o contexto de Shazam: Fúria dos Deuses, esperar por vilões com planos mais engenhosos e autenticidade é um erro.

No fim das contas, a Hespera de Helen Mirren carrega esse arco nas costas graças a sua experiência, mesmo que sua personagem não seja bem aproveitada. Lucy Liu não convence como Kalypso, se esgueirando em muita superficialidade, mesmo sendo uma ótima atriz. Para ser justo, o texto de Kalypso não ajuda para que haja mais desenvolvimento, colocando essa vilã no patamar mais genérico possível. Rachel Zegler continua trabalhando bem nessa etapa de ascensão de carreira, e elabora uma boa antagonista, ainda que muito previsível.

Essencialmente, Shazam e toda sua família são crianças ou adolescentes que conseguem suas habilidades através de poderes tirados de outros deuses. A força de Hércules, a sabedoria de Salomão, a resistência de Atlas, o poder de Zeus, e coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio são as exatas palavras proferidas pelo Mago antes de passar o manto do herói para Billy Batson.

Chega a ser cômico como Shazam consegue ter todos esses atributos, menos a sabedoria de Salomão. Fúria dos Deuses deixa explicito de que esse personagem é burro, e inclusive, faz uma ótima piada sobre isso.

Claro, embora o Shazam de Zachary Levi não seja inteligente, esse personagem é um adolescente de 17 anos no corpo de um homem cheio de esteroides. O problema é que sua irmã adotiva de 13 anos parece infinitamente mais esperta que o protagonista. Na verdade, toda a família é mais inteligente que o próprio Shazam, que se apoia na ideia de ter um "coração puro".

No mais, Levi está bem no filme, com um bom tempo para a comédia, embora eu ache sua atuação caricata até demais. Por outro lado, Asher Angel parece ter menos tempo de tela e consegue dar um ar mais calmo para o personagem. Enquanto Shazam é um paspalhão, o Billy normal é muito mais calmo e tranquilo.

O elenco de apoio faz seu nome, com destaque para Jack Dylan Grazer e Grace Caroline (Mary); além da fofa Faithe Herman (Darla). Esse trio é o que mais foi aproveitado, fazendo com que o restante não receba tanta atenção.

O diretor David F. Sandberg retorna para Fúria dos Deuses após comandar o filme original, e mesmo que seu trabalho aqui não seja nada extraordinário, o cineasta coloca o longa no caminho certo da nova administração da DC.

Embora a produção tenha iniciado antes da chegada de James Gunn e Peter Safran, Shazam: Fúria dos Deuses tem a marca quase que registrada de Gunn: a comédia besta, o roteiro que não se leva a sério, a paleta de cores bem viva, boas cenas de ação, e o sentimento de uma totalidade com a família.

Sandberg conseguiu criar um projeto sólido com orçamento até que “baixo” para um filme de herói moderno, em torno de US$ 100 milhões, e surpreendentemente o CGI consegue convencer bem na maior parte do tempo. A exceção acontece em pequenos momentos onde é perceptível o uso de um chroma key para fazer os atores voarem.

Shazam: Fúria dos Deuses é um filme divertido e despretensioso, que em momento algum planeja ser maior do que precisa. O filme não inova em nenhum elemento, e é uma repetição de diversos outros longas do gênero, mas cumpre bem sua função.

A sequência é uma boa opção para ir ao cinema, rir com algumas piadas, e ver cenas de ação divertidas, sem se preocupar com uma trama complexa ou profunda. Embora seja besta, se o público comprar a ideia de que os heróis são crianças em um corpo de adulto com poderes, deve sair satisfeito das sessões. Em meio a tantos filmes que querem ser "grandes eventos", o novo Shazam é só um filme simples para se distrair, e tudo bem. Nem tudo precisa ser extraordinário.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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