“Ainda Estou Aqui” acumula R$ 72,6 milhões em bilheteria desde a sua estreia
Virgula
O filme ‘Ainda Estou Aqui’, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, já acumula impressionantes R$ 72,6 milhões em bilheteria no Brasil. Após a atriz receber o Globo de Ouro de Melhor Atriz por sua atuação no longa, a arrecadação teve um aumento de 240%, consolidando o filme como um fenômeno de público, entre os dias 9 e 12 de janeiro de 2025, segundo dados da Comscore Movies.
Com esse sucesso, cresce a expectativa dos brasileiros para que Fernanda Torres seja indicada ao Oscar, algo que representaria um marco histórico para o cinema nacional. A performance da atriz vem sendo aclamada tanto pelo público quanto pela crítica, e a campanha para uma indicação ao prêmio mais prestigioso do cinema internacional já começou.
Apesar do enorme êxito, Ainda Estou Aqui não contou com recursos provenientes da Lei Rouanet, uma vez que não se enquadra nas categorias previstas para o incentivo fiscal. A lei, destinada ao fomento da cultura no Brasil, não permite o financiamento de projetos de grande potencial comercial. Em geral, a Lei Rouanet apoia produções que promovem a diversidade cultural, a inclusão social ou o acesso a bens culturais, como filmes de baixo orçamento, documentários e obras de temática educativa.
A Lei Rouanet é um dos principais mecanismos de incentivo à cultura no Brasil, permitindo que empresas e pessoas físicas direcionem parte do imposto de renda devido para apoiar projetos culturais, como produções cinematográficas. “No caso do cinema, a lei possibilita que produtores apresentem projetos ao Ministério da Cultura, que, após aprovação, recebem autorização para captar recursos junto a patrocinadores. Esse incentivo é fundamental para viabilizar filmes que muitas vezes não conseguiriam financiamento pelos meios tradicionais, garantindo a diversidade de narrativas e promovendo a cultura brasileira dentro e fora do país”, explica Vanessa Pires, CEO da Brada, maior e mais completa startup para buscar investimento de incentivo em impacto positivo.
Ao longo dos anos, diversos filmes do cinema nacional foram realizados com apoio da Lei Rouanet, como O Palhaço (2011), protagonizado também pelo ator Selton Mello, Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert, e Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Essas produções trouxeram visibilidade ao cinema brasileiro e fomentaram debates importantes, mas possuem características distintas de grandes blockbusters como Ainda Estou Aqui.
O sucesso do filme reafirma a força do cinema nacional, seja por meio de incentivos públicos ou pela capacidade de conquistar o público em larga escala. O mercado cinematográfico brasileiro comemora a repercussão, que coloca o país em evidência internacionalmente.
“Os incentivos fiscais funcionam como um verdadeiro motor para o cinema brasileiro, permitindo que ideias saiam do papel e cheguem às telas. É importante contar com parceiros mediadores que orientem empresas e produtores a entenderem como aproveitarem essas oportunidades, que vão muito além do financiamento e fortalecem a imagem institucional. Para o governo, é uma forma de apoiar não só a economia, mas a cultura e a identidade do país, além de ajudar na geração de empregos e na movimentação da economia criativa”, conclui Pires.