Beatriz Souza se emociona após conquistar ouro e dedica medalha à falecida avó
Gazeta Esportiva
A judoca Beatriz Souza não segurou as lágrimas ao conquistar o ouro olímpico na categoria acima dos 78 kg, nesta sexta-feira. Ela foi a primeira brasileira a subir ao lugar mais alto do pódio nos Jogos de Paris e, após a conquista, dedicou a medalha à falecida vó.
A pedido dela mesmo, a família de Bia não viajou à França para acompanhar a atleta nas Olimpíadas. Em entrevista após a final, ela caiu no choro ao ver os parentes por chamada de vídeo e recordou da avó que perdeu recentemente.
“Eu consegui. Deu certo, mãe. Pai, eu consegui. Foi pela vó. É para a vó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo, obrigada”, disse a brasileira ao SporTV.
Inspirada no seu pai, que também era atleta de judô, Bia saiu de Itariri, no interior de São Paulo, com apenas 13 anos de idade para viver o sonho de competir na modalidade. Na final, ela superou a israelense Raz Hershko. Emocionada, ela falou sobre as dificuldades que enfrentou em sua trajetória no esporte.
“Só fiz o que a gente vinha treinando todos os dias. E quando eu falo que é uma vida por um dia, é verdade. E quando a gente conquista isso, trás a medalha, é campeã olímpica, faz tudo isso valer a pena. Abrir mão de tudo isso que eu abri valeu muito a pena”, afirmou.
Em sua estreia nos tatames da Arena Campo de Marte, Bia precisou de pouco mais de 40 segundos para aplicar um ippon em Izayana Marenco, da Nicarágua, e avançar às quartas de final. Na sequência, ela superou a sul-coreana Hayun Kim no golden score. Nas semis, a brasileira despachou nada mais nada menos do que a francesa Romane Dicko, líder do ranking mundial, e cravou sua vaga na grande final, onde bateu Raz Hershko com um waza-ari.
Apesar de viver sua primeira aparição em Olimpíadas, Beatriz Souza chegou a Paris como uma das esperanças de medalha para o Brasil. Quinta colocada no ranking mundial, a judoca de 26 anos já tinha em seu currículo dois pódios em Mundiais e foi eleita a melhor do ano pelo COB em sua modalidade no ano passado.
Esta foi a sétima medalha do Brasil na atual edição dos Jogos Olímpicos, a terceira proveniente do judô. Além do ouro de Bia, a modalidade já rendeu a prata de Willian Lima na categoria masculina até 66 kg e o bronze de Larissa Pimenta nos 52 kg feminino.
Além dessas, o Brasil faturou outras duas pratas, com Caio Bonfim, na marcha atlética, e Rebeca Andrade, na ginástica artística, e dois bronzes, com Rayssa Leal, no skate street, e a equipe feminina de ginástica artística.
O país também já tem mais uma medalha garantida. Bia Ferreira avançou à semifinal do boxe feminino e assegurou, no mínimo, o bronze. No tênis de mesa, Hugo Calderano, com uma campanha história, vai disputar um bronze inédito.
Beatriz Souza ainda integra o time brasileiro que brigará por medalha nas equipes mistas em Paris. A competição será neste sábado, a partir das 5h (de Brasília) da manhã.