Com destaque para Rafael Losano, Brasil termina em 12º por equipes no hipismo
Gazeta Esportiva
Terminou na última segunda-feira o hipismo completo – triatlo equestre, que reúne as modalidades adestramento, cross-country e salto, nas Olimpíadas de Paris. Dos 65 que iniciaram a competição, 51 conjuntos concluíram a disputa. Foram 16 as equipes, e o Time Brasil fechou em 12º lugar, com 214.60 pontos perdidos. A Grã-Bretanha foi ouro, com apenas 91,30, a França levou a prata, com 103,60, e pela primeira vez em um pódio olímpico na modalidade, o Japão arrematou o bronze, com 115,80. Já o alemão Michael
Liderado pelo técnico britânico William Fox-Pitt e a chefe de equipe Julie Purgly, a equipe brasileira foi formada por Rafael Losano montando Withington, Marcio Carvalho Jorge com Castle Howard Casanova e Carlos Parro com Safira, que, na terceira fase, foi substituído por Ruy Fonseca e Ballypatrick SRS, cuja participação contou apenas para efeito de equipe. Todos os quatro conjuntos (cavalo x cavaleiro) formaram o Time Brasil, medalha de bronze por equipes no Pan-americano de Santiago 2023, ocasião em que Marcio e Castle Howard Casanova arremataram uma inédita prata individual.
Especialmente para o jovem talento Rafael Losano, de 26 anos, radicado na Inglaterra há 11 anos, a missão foi cumprida. Com Withington, de 13 anos, que está com o cavaleiro há 14 meses, Rafael conquistou a expressiva 27ª colocação: 32,30 pp no adestramento, zero nos obstáculos do cross com 9,2 pontos por ultrapassar o tempo limite de 9min02s e 5,2 pp no salto. A destacar que o percurso contou com 28 obstáculos, 5146 metros, à beira do Grande Canal nos Jardins do Castelo de Versailles, perante nada menos que um público em estimado em 40 mil pessoas.
“Em Tóquio tive uma situação complicada. Então foi sensacional vir aqui e até agora cumprir as metas. O percurso está maravilhoso, a torcida, o pessoal gritando chega até arrepiar, um sentimento espetacular”, garantiu Rafael, que está em sua segunda Olimpíada. “Os melhores cavalos podem fazer uma falta (salto). Somos um conjunto novo, é um cavalo que tem toda qualidade para saltar zero. Se alguém tivesse falado para mim no começo da semana que terminaria em 27º, eu estaria muito contente. A gente sempre quer mais, mas foi um resultado muito sólido”, destacou o cavaleiro, que agora já pensa no Mundial 2026 em Aachen, na Alemanha.
“O Withington terá 15 anos quando chegar lá. Certamente vai ter bastante maturidade, e eu mais parceria com ele. A gente nunca sabe o dia de amanhã, mas acho que pode ser uma coisa muito interessante o Mundial”, observou o cavaleiro que também falou sobre o início de sua carreira na Inglaterra. “Eu vim para Inglaterra, aos 17 anos, para ficar seis meses e foi oferecido esse trabalho e adorei. Eu via os cavaleiros profissionais, indo pra prova todo final de semana. Adorei o estilo de vida. Tentei fazer de tudo para ser um cavaleiro profissional e viver no meio desse mundo do cavalo”, afirmou o Losano, que também falou sobre seus treinos em casa.
“Eu tenho um negócio com minha namorada Amanda Brieditis. Temos 15 cavalos, montamos sete, oito cada um. Ela é sueca e também compete: foi para o Europeu de Young Riders.” Indagado se Amanda poderia adotar a cidadania brasileira e competir pelo Brasil, Rafael ficou reticente mas não descartou a possibilidade “Vou casar dia 20 de dezembro. Sobre cidadania não sei ainda.. (risos). Obviamente é uma decisão dela.. Mas pode ser legal, talvez vamos ter mais uma amazona para o Time Brasil”.
Já para Marcio Jorge, o final de semana esteve um pouco abaixo das expectativas. Marcio com Castelo Howard Casanova registrou 32,40 pp no adestramento, teve uma parada em um obstáculo no cross e excesso tempo, 42,40 pp, e fechou com apenas 4 pp no salto, fechando na 44ª colocação. “Eu tentei colocar um lance a mais no obstáculo 21 e acabei errando, mas depois conseguimos chegar bem na final. Acho que esse não é mesmo nosso final de semana”, disse Marcio, após o cross e no dia seguinte teve um bom desempenho no salto.
“Foi uma faltinha na vara da saída da entrada do duplo, não vi nada errado, acho que é uma coisa que pode acontecer. Mas ele é bom de salto, é a parte mais forte dele. Estou feliz com ele”, avaliou Marcio. “Acho que o meu cavalo tem um futuro promissor, é um saltador, no adestramento pode ser bom precisa ficar um pouco mais forte, mais conectado. Ele começou a competir nesse nível no ano passado e no próximo Mundial, a expectativa é boa, se Deus quiser, tudo andar bem, a gente pode ter chance de ser competitivo”, finalizou o cavaleiro. “Agradeço à torcida de todo mundo, infelizmente não ocorreu tudo com a gente esperava. Competição é isso aí: um dia vai bem e outro não. Um abração.”
Para Carlos Parro, o Cacá, com Safira, que no domingo abriu a rodada do Time Brasil, a proximidade do público foi um dos fatores que influenciaram no cross. “Ela ficou um pouco excitada e queria avançar mais do eu queria e tive que perder um pouco de tempo trazendo ela de volta para os obstáculos. Do meio para frente ela melhorou um pouco. Acho que a minha égua vai crescer muito com isso e será muito boa para o próximo ciclo”, avaliou o cavaleiro que fechou o cross sem faltas no obstáculos e 22,40 pp por ultrapassar a faixa de tempo.
Na final do Salto, Cacá foi substituído por Ruy Fonseca Filho e seu Ballypatrick SRS, resultado que foi válido apenas para classificação por equipes. “O Ballypatrick Ele fez uma boa prova, nos últimos dois anos ele não havia feito uma falta no Salto. Eu gostei do percurso, estou contente, é uma situação nova eu ser suplente. Eu soube ontem a noite da substituição, acho que foi um presente que nos deram e ao mesmo tempo ajudando a equipe. Fique surpreso e, ao mesmo tempo, contente por saltar em Paris”, disse Ruyzinho, que também abordou as próximas metas.
“Talvez em outro, eu vou competir no 5 estrelas em Pau, na França. Mas já estou pensando em Aachen, acho que o meu cavalo, hoje com 12 anos, estará em uma idade boa e é o que podemos programar para os próximos dois anos. Agora ter um pouco de paciência, calma e quem sabe entrar em um cinco estrelas. A preparação para Olimpíada é muito difícil, o cavalo chega aqui para não fazer nada também não entende muito o que está acontecendo.
Ruyzinho também destacou o desempenho de Rafael, o caçula da equipe. “A gente conhece ele das raízes, hipismo rural, a mesma de todos nós. Acho que a gente gostaria de ter mais Rafael Losanos. Aonde estão mais “Rafael Losanos. Pergunta para todos nós, professores de escola, comunidade do hipismo completo, CBH e organizadores fazer as provas no Brasil incentivar a base para que apareçam mais. A gente segue, tendo cabeça boa e corpo bom e tendo oportunidade de ter cavalos bons e tomara que venham mais.”