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Dorival palestra em evento da CBF e faz alerta ao futebol brasileiro: “Pagaremos um preço alto”
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Dorival palestra em evento da CBF e faz alerta ao futebol brasileiro: “Pagaremos um preço alto”

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Gazeta Esportiva
26/11/2024 16h28
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A CBF organizou nesta terça-feira, em São Paulo, o Summit CBF Academy de 2024, um evento voltado à capacitação e formação de profissionais. O técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior, foi um dos convidados.

O treinador palestrou em um dos palcos e ressaltou a importância da profissionalização dos profissionais envolvidos com futebol no Brasil. Ele vê uma grande evolução em cenário nacional.

“Eu me lembro que peguei um dia, em uma das nossas viagens, e vi que nós tínhamos um treinador, um auxiliar técnico, um preparador físico e um treinador de goleiros. Quatro pessoas apenas, uma comissão técnica e, aí sim, completas por um médico, um massagista, um roupeiro, um médico e um segurança. Essa era a composição da comissão técnica do Figueirense exatamente em 2003, 2004. E outro dia, pegando também uma dessas checklists de uma dessas viagens do Flamengo, nós tínhamos exatamente 40 ou 47 pessoas na delegação naquele momento. E eu fiquei me lembrando e falei, puxa, que alteração isso em menos de 20 anos. Que alteração, que mudanças consideráveis nós estamos passando e vivenciando. Por isso que eu cito essa condição. Todos nós estamos aprendendo nesse instante. Todos nós estamos buscando algo em que nós colocamos lá em cima como uma busca pela excelência dentro de um clube de futebol”, disse Dorival Júnior.

O técnico relembrou histórias do passado e crê que os clubes brasileiros aprenderam a valorizar os seus ativos. Desta forma, os times têm lucrado alto na venda de jovens jogadores e apostando cada vez mais fichas na formação de atletas da base.

“Um detalhe importante é que os nossos clubes não estavam preparados, nem para formarem tampouco para venderem. Sabe quais foram as maiores vendas dos nossos jogadores? Fábio júnior, pelo Cruzeiro, e Denilson, pelo São Paulo. De repente de seis, sete, oito anos para cá, nós começamos a repensar futebol, nós começamos a ver que o futebol tem braços que são fundamentais e importantes para o fortalecimento e o crescimento dos nossos clubes. Hoje se todos nós olharmos e também voltarmos um pouquinho atrás, sabe quem foram os grandes vendedores do futebol brasileiro? Grandes clubes portugueses. Levavam jogadores brasileiros que faziam um pequeno estágio de seis meses a um ano e repassavam valores quatro, cinco ou seis vezes maiores do que adquiriam. Esses foram os grandes vendedores de futebol brasileiro, foram clubes que já estavam preparados, que compravam a preço de nada e vendiam por valores diferenciados. Os nossos clubes estão começando a perceber a importância de produzirem em casa os seus grandes jogadores, de manterem para que eles possam ganhar condições, melhorando as suas performances e ganhando preço. Isso aí tem sido fundamental e um diferencial nos últimos anos”, destacou.

Dorival, entretanto, fez um alerta para dirigentes do futebol brasileiro. Ele aconselha que os clubes revejam a quantidade de atletas estrangeiros em território nacional e indica que, no futuro, essa decisão pode implicar na baixa formação de talentos. Atualmente, segundo o regulamento, nove jogadores nascidos fora do Brasil podem ser relacionados para jogos do Brasileirão.

“Eu apenas chamo a atenção para um último detalhe, apenas uma colocação. A Itália abriu para que dentro da comunidade europeia tivesse 11 jogadores que pudessem transitar pelos seus clubes. Nós tínhamos equipes italianas com 11 atletas, nenhum deles formados na Itália. A Itália ficou duas Copas do Mundo afastadas da competição. Não perceberam quanto foi prejudicial tudo isso. É apenas uma colocação, presidente, que o senhor [Ednaldo Rodrigues] terá com certeza reuniões futuras. Hoje nós estamos com nove atletas autorizados estrangeiros a poderem participar dos nossos clubes. É apenas um detalhe para que possamos rediscutir esse processo. Só para vocês terem uma ideia, ao longo desse campeonato, um levantamento nosso interno de 20 equipes da Série A, em 12 os centroavantes são estrangeiros. Daqui a um ano e meio, dois anos, com certeza, nós vamos pagar um preço muito alto porque nós não teremos quem vender. Então, eu acho que é um fato fundamental para a gente poder rever todo esse contexto. Algumas situações que têm acontecido no futebol brasileiro e que merecem uma atenção um pouco maior de todos nós: a saída dos nossos jovens prematuramente, sem que possam dar um retorno técnico aos nossos clubes, fazendo com que esses garotos finalizem as suas formações em clubes europeus. Isso também nós pagaremos um preço muito alto daqui a pouco”, finalizou.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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