Em meio a jejum de vitórias, técnico Gabriel Milito é demitido do Atlético-MG
Gazeta Esportiva
Gabriel Milito não resistiu ao jejum de 12 jogos sem vitórias e foi demitido do comando do Atlético-MG. Na noite desta quarta-feira, após a derrota de 2 a 0 para o Vasco em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro, o Galo optou por encerrar o vínculo com o argentino a um jogo do fim da temporada.
Milito vinha sendo contestado após o vice da Copa Libertadores no último domingo, quando o Atlético-MG foi superado pelo Botafogo, por 3 a 1, mesmo jogando com um a mais durante os 90 minutos. A perda do título continental, somada ao jejum de 12 jogos sem vencer, culminaram na demissão do treinador.
A confirmação da saída de Milito foi feita pelo diretor de futebol Victor Bagy em breve coletiva após a partida. “Depois de uma conversa longa no vestiário, no qual debatemos muito o nosso atual momento, conversando muito ali com o Milito, percebemos o cansaço e todos os esforços que ele fez nos últimos jogos e não tivemos uma resposta efetiva de resultados. Conversamos que o cansaço mental, aliado aos resultados, nos fizeram chegar a um consenso tanto da parte dele quanto da parte do clube de que nós não continuaríamos o trabalho”.
“É com muita dor no coração, porque o Milito é um treinador muito envolvido, muito organizado, com bons conceitos, e acima de tudo de muito bom caráter. Mas a gente sabe que no futebol, quando as coisas não caminham, às vezes podem ser necessárias mudanças de rota. Tanto ele quanto a institução entenderam que não conseguiria mais ter cabeça e nem forças para poder extrair o melhor dos atletas. Então resolvemos finalizar o trabalho depois do jogo de hoje”, completou Victor.
Milito assumiu o comando técnico do Atlético-MG em março deste ano para substituir Felipão e tinha contrato com o clube mineiro até o fim de 2025. O argentino empolgou a torcida atleticana no início do trabalho e levou o Galo ao título do Campeonato Mineiro em abril deste ano, alcançando também uma série invicta de 12 jogos.
Contudo, o Atlético-MG de Milito começou a derrapar na temporada, que foi de muita oscilação. A equipe mineira ainda foi finalista da Copa do Brasil, mas também ficou com o vice ao perder para o Flamengo. No Brasileirão, a situação não é boa: o time ocupa a 14ª posição, com 44 pontos, e não está na zona de classificação nem para a Sul-Americana.
Ao todo, Milito deixa o comando do Atlético-MG com 62 jogos. Foram 23 vitórias, 20 empates e 19 derrotas, o que totaliza um aproveitamento de 47,84%. O argentino conquistou um título – o primeiro de sua carreira – e ficou com dois vice-campeonatos.
“A sequência de (maus) resultados teve um peso. Conversamos depois do jogo em Buenos Aires para seguirmos essa semana e avaliarmos no final da temporada, mas infelizmente com a derrota de hoje… o Milito é um treinador que se entrega, que se dedica muito, é muito intenso. Proporcionalmente, ele se esgota muito mentalmente quando as coisas não encaminham. No entendimento dele e na nossa percepção, isso poderia gerar uma barreira que impedisse que ele continuasse fazendo o trabalho dele e extraisse o potencial dos jogadores que nós temos”, concluiu o diretor de futebol do Galo.