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Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo no Conselho do Corinthians
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Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo no Conselho do Corinthians

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Gazeta Esportiva
02/12/2024 08h00
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Nesta segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Corinthians vai votar o impeachment do presidente Augusto Melo. A Gazeta Esportiva separou tudo que você precisa saber sobre o encontro que pode afastar temporariamente o mandatário corintiano.

Horário e local

Os conselheiros trienais e vitalícios do Timão se reunirão nas dependências do Parque São Jorge, no miniginásio. A primeira chamada está prevista para às 18 horas (de Brasília), enquanto a segunda será às 19h.

A reunião estava agendada para a última quinta-feira, mas foi adiada a pedido da Polícia Militar. Na última sexta, a PM garantiu que irá oferecer segurança necessária e confirmou a votação para segunda-feira, descartando um novo adiamento.

Presença de organizada e esquema de segurança

A diretoria dos Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, convocou torcedores para compareceram na entrada do Parque São Jorge, como forma de protesto pacífico pela votação do impeachment.

Com o temor de uma confusão no clube social, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, decidiu reforçar o policiamento nas redondezas do Parque São Jorge. “A presidência do Conselho está adotando todas as medidas cabíveis perante os órgãos de Segurança Publica deste Estado, nas pessoas do Senhor Secretário da Segurança Publica, do Comandante Geral da Polícia Militar e do Senhor Delegado Geral de Polícia”, escreveu Romeu em nota.

Os repórteres que vão cobrir o evento ficarão na parte interna do clube, também por uma questão de segurança.

Como vai funcionar e possíveis próximos passos

A votação no Conselho vai funcionar no esquema de maioria simples e será secreta. Caso a maior parte dos conselheiros entenda que Augusto deve sofrer impeachment, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube.

Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento no futuro.

Se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Segundo apuração da Gazeta Esportiva, a Assembleia só deve ocorrer em 2025, ainda sem data definida

Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído e novas eleições serão marcadas.

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Entenda os motivos

No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).

Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.

Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.

O documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.

O documento pede “tramitação sucinta” e se apega, principalmente, ao Artigo 106, “b” e “d”, do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens.

Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:

-“Laranja” na intermediação da VaideBet.

-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.

-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.

-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.

-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.

No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora”.

Versão de Romeu Tuma Júnior (presidente do Conselho Deliberativo)

Romeu se manifestou a respeito da reunião marcada para a votação do impeachment de Augusto Melo. O conselheiro vitalício disse que o órgão fiscalizador listou “diligências policiais estaduais e federais de teor gravíssimo” por parte da gestão atual e que deu andamento no processo “pela questão de tranquilidade da gestão e por obrigação estatuária e legal”.

Romeu alegou que alguns temas que evolveram o clube ganharam notoriedade na imprensa e geraram preocupação no Conselho. Na visão do mandatário do órgão fiscalizador, “não foi possível ignorar a urgência dos fatos”.

O presidente do órgão fiscalizador entende que a reunião para a votação de impeachment é a forma de direcionar o processo de forma “regular e regimental” e defende que a instituição foi preservada durante a investigação do Conselho.

Versão de Augusto Melo (presidente do Corinthians)

O mandatário classificou a decisão de Romeu Tuma Júnior, que preside o órgão fiscalizador, como “golpe”, já que alega que não teve seu direito de defesa garantido. Na visão de Augusto, o processo em andamento é um “desrespeito” ao clube.

“Essa situação é um desrespeito e um afronto à Instituição. Um presidente ser impeachmado sem a chance de defesa é a prova da falta de democracia, que nós corinthianos defendemos”, escreveu Augusto.

Augusto também defende que a decisão de marcar a votação do impeachment no próximo dia 28 (quinta-feira) vai conturbar a equipe na reta final do Campeonato Brasileiro, assim como o planejamento para a temporada de 2025.

O presidente do Timão alega que não há provas contra seu mandato. O dirigente relembrou que a Comissão de Ética do Conselho recomendou que o processo em relação ao “caso VaideBet” fosse arquivado até a conclusão da apuração da Polícia Civil.

“Não admitirei que cassem o meu mandato sem que tenha sido garantido o meu direito de defesa. Tenho a certeza que a verdade prevalecerá e que todos aqueles que querem impedir a profissionalização do Corinthians serão derrotados”, comentou Augusto.

Opinião do elenco

Praticamente todos os jogadores do Corinthians e a comissão técnica se posicionaram contra o impeachment de Augusto Melo via nota oficial. O principal argumento utilizado é que o mandatário, junto com o executivo Fabinho Soldade, cumpre sua palavra com o vestiário, especialmente em relação ao pagamento de salário e direitos de imagem.

“Acho que nosso posicionamento foi feito e bem feito. Eu e todo elenco tomamos a decisão de fazer esse posicionamento porque desde quando cheguei, tudo que essa diretoria e o Fabinho falaram para mim, eles cumpriram. E antes de chegar aqui, o clube tinha meses e meses de imagem atrasada, entre outras coisas. Jogadores que não recebiam seus salários. E o presidente e o Fabinho colocaram isso como o objetivo principal, até porque trabalhamos todos os dias e somos dignos de receber. E eles honram a palavra deles. Nos apegamos a isso e entendemos que temos que ficar do lado de quem está do nosso lado. Eu não estou preocupado com isso, nosso foco é terminar bem o ano, fazer grandes três jogos e buscar vaga na Copa Libertadores, o que ninguém acreditava. Independentemente de qualquer coisa, nosso posicionamento seguirá o mesmo”, disse Hugo em entrevista coletiva na última quarta-feira.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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