Maria Almeida conquista primeiro título do STU justamente na sua casa, a Bahia
Gazeta Esportiva
Baiana de Lauro de Freitas, quis o destino que a jovem Maria Almeida, de apenas 17 anos, ganhasse seu primeiro título de STU dentro de casa, na sua Bahia. Neste domingo, com a torcida toda a favor no Complexo de Esporte e Lazer do Mamagaya, ela foi campeã da modalidade Street na etapa de Porto Seguro (BA) do STU National, o circuito brasileiro de skate. Além de dedicar o título a Rayssa Leal, que a inspirou para iniciar no esporte, falou sobre uma técnica para controlar a ansiedade antes de entrar na pista.
Na final do Street, cada uma das seis skatistas tem direito a três voltas de 45 segundos, com mais 15 segundos para a execução da Bomb Trick, manobra extra que vale 20% da nota total. Apesar do seu jeito alegre, despojado e bem descontraído (“baiana arretada, como diz”), Maria Almeida entrou na pista com uma concentração acima do normal logo na sua primeira volta. Ao final de uma linha perfeita, parecia não acreditar no que acabara de fazer ali. Reconhecimento instantâneo da torcida, que explodiu aos gritos de “Maria, Maria, Maria…”.
“Na terça-feira acordei um pouco assustada, parecia até um sinal, porque tive um sonho que tinha feito um pódio aqui na Bahia, um terceiro lugar. E acordei muito feliz. Aí, hoje, chego e fico em primeiro?!?! Meu Deus, que loucura! Foi uma explosão de alegria, meu primeiro título de STU. Estava muito nervosa, mas, quando a torcida começou a gritar meu nome, parei para pensar: ‘Se errar, está tudo certo, o importante é fazer meu skate’. E fiz uma baita volta logo de primeira, acertei toda minha linha e, no fim, não tive como segurar o choro”.
A nota que lhe deu o título foi um 64,07. Mas engana-se quem pensa que foi fácil. Durante a apresentação de Maria, a fisioterapeuta esportiva do STU, Taise Araújo, contava que foi preciso aplicar na atleta a auriculoterapia, uma técnica que consiste em estimular pontos específicos da orelha para tratar e diagnosticar problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais e emocionais. A ansiedade tomava conta de Maria, que procurou o auxílio de Taise para entrar mais tranquila e focada na pista.
“Fiquei sabendo dessa técnica na etapa anterior, em Porto Alegre, porque a Taise viu que eu estava um pouco nervosa, não conseguia controlar minha respiração. E ela me proporcionou essa sementinha que coloca na orelha (um cristal de quartzo) para diminuir a ansiedade. E lá já andei bem por conta disso, impressionante. Ajudou demais. Assim que cheguei aqui em Porto Seguro, já para disputar a semifinal, coloquei para me sentir melhor, além de inalar um óleo essencial para me acalmar. Estou feliz demais”, relatou.
Maria lembra palavras de Rayssa Leal que a estimularam a seguir
Por fim, não deixou de dedicar esse seu primeiro título à amiga Rayssa Leal. Foi por causa da principal skatista brasileira, hoje referência mundial no esporte, medalha de prata em Tóquio 2020 e bronze em Paris 2024, que ela escolheu também viver do skate, e recordou este momento.
“Foi por causa da Rayssa que comecei a andar de skate, assistindo à Olimpíada de Tóquio. Desde então, ela sempre me disse: ‘Negona, ergue a cabeça, não é um campeonato que vai definir quem você é. O que é seu está guardado e tudo que Deus proporcionar pra você vai acontecer no momento certo’. E levei isso para minha vida. Por isso, dedico esse título a ela”, disse.