Prata em Paris, Rebeca Andrade quebra recorde feminino brasileiro de medalhas em Olimpíadas: “Uma honra”
Gazeta Esportiva
Rebeca Andrade é a segunda melhor ginasta do mundo no individual geral feminino. Na tarde desta quarta-feira, a brasileira conquistou a medalha de prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris. Ela ficou atrás apenas da estadunidense Simone Biles, com quem disputou o primeiro lugar até o fim.
A prata conquistada na Arena Barcy, em Paris, consagrou Rebeca Andrade como a mulher brasileira mais condecorada da história dos Jogos Olímpicos. Essa foi a quarta medalha da ginasta – ela acumula um ouro e uma prata em Tóquio, e uma prata e um bronze (por equipes) até o momento em Paris.
“É uma honra, eu me sinto privilegiada. Diante de tantas coisas que poderiam acontecer e de tantas pessoas que poderiam ter sido escolhidas, para estar aqui, eu estou aqui. Então é uma honra gigantesca fazer parte da porcentagem de mulheres que está vencendo cada vez mais. É incrível poder trazer mais um resultado para o meu esporte e para o meu país”, declarou Rebeca à TV Globo.
Rebeca Andrade ainda tem outras três finais para disputar. A brasileira brigará por mais uma medalha na final do salto, da trave (junto da compatriota Júlia Soares) e do solo. A decisão do salto acontece neste sábado, às 11h20 (de Brasília), enquanto as finais da trave e do solo serão na segunda-feira (05), às 7h38 e 9h23, respectivamente.
Assim, a atleta foi questionada se vai em busca de se tornar a maior medalhista do país em Olímpiadas. Neste momento, Robert Scheidt e Torben Grael, da vela, são os donos de tal marca, com cinco conquistas. “Ah eu penso, não vou mentir não (risos). Quero estar no pódio, mas isso é consequência. Para estar lá, tenho que fazer a minha parte. Esse é o foco”, destacou.
A medalhista de prata em Paris também comentou sobre sua mãe, que esteve presente em todas as suas apresentações nas Olimpíadas até aqui. A ginasta se disse muito orgulhosa de ter acertado tudo que queria fazer nos quatro aparelhos e ter feito bonito na frente de sua mãe.
“É muito bom, porque eu sempre quero orgulhar a minha mãe (risos). Eu sei que ela sente orgulho de mim comigo fazendo qualquer coisa, mas eu vivo a ginástica. Isso aqui é a minha vida, então ela estar me assistindo e torcendo por mim é maravilhoso. Ela é a melhor pessoa que poderia estar aqui, então me orgulho de ter feito tudo certo (risos)”, afirmou.
Por fim, Rebeca ainda deu detalhes sobre a disputa sadia com as atletas de sua rotação – entre elas Simone Biles e Sunisa Lee, medalhistas de ouro e bronze, respectivamente. A brasileira destacou o espírito esportivo e disse estar aproveitando ao máximo as Olímpiadas de Paris.
“É uma briga né, todo mundo quer vencer, todo mundo quer estar no pódio. Mas é muito legal saber que, por mais que você queira vencer, as outras também estão torcendo por você, e você também torce por elas. Acho que o esporte é isso: é levantar a pessoa que está ali do seu lado, mas também não perder o seu, estar concentrada ali no seu. Acho que o meu grupo foi sensacional, a gente se ajudou bastante na torcida e foi demais. Está sendo a primeira competição onde eu consigo assistir todas as meninas. Estou vivendo Paris, aproveitando cada momento, e está sendo demais”, concluiu.
Flávia Saraiva também disputou a final do individual geral feminino e fechou na nona colocação. Companheira de equipe de Rebeca, ela exaltou bastante a compatriota e destacou que a prata conquistada nesta quarta-feira “vale ouro”.
“Fico muito feliz de poder estar aqui e de estar nesse momento incrível com a Rebeca fazendo uma ótima competição. Eu acompanhei a todo momento ali, porque é isso. Eu treino junto com ela, eu amo muito ela, e sei o quanto ela trabalhou para estar aqui, entre as melhores do mundo. Vê-la fazer o melhor trabalho dela é incrível, eu me sinto como uma medalhista junto com ela, porque eu sei o quanto ela trabalhou e ela merece muito isso. É prata? É prata, mas vale ouro, porque essa menina é muito guerreira”, comemorou.
“É um orgulho muito grande ter a Rebeca como representante da ginástica brasileira. Não tenho nem palavras para falar, porque (romper) três (ligamentos) cruzados não é para qualquer um. Eu fiz duas cirurgias no tornozelo e sei como foi difícil para eu poder voltar a treinar. Vê-la aqui sendo uma das melhores do mundo, sou muito fã dela. Se Deus quiser, creio que ainda vão vir mais medalhas. Espero que ela seja a pessoa brasileira com mais medalhas (da história) dos Jogos, porque a nossa modalidade merece muito. A Rebeca é uma menina incrível, com um talento enorme e que trabalha duro, e agora está colhendo os frutos”, finalizou Flavinha.