Presidente da CBF vê condenação de agressores de Vini Jr. como evolução, mas acha pena branda
Gazeta Esportiva
Nesta segunda-feira, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão por atos racistas contra o atacante brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, vê a medida como um sinal de evolução, mas considera que a punição não foi a ideal.
“A decisão é um começo, um caminho, e mostra a importância da pressão da sociedade para que as autoridades realmente se envolvam nesta luta contra o racismo. Foi uma punição que eu interpreto ainda como branda, mas os passos estão sendo dados, de degrau em degrau”, afirmou Ednaldo, que acompanha a delegação da Seleção Brasileira nos Estados Unidos.
“O racismo não vai desaparecer da noite para o dia. Uma decisão deste porte nos deixa com mais força para continuar na luta. Os racistas precisam, pelo menos, ter medo, a partir de agora, de cometer um crime terrível como esse. A CBF foi a primeira entidade nacional a incluir penas desportistas por racismo e não vamos parar. Só quem sofreu com o racismo sabe o tamanho da dor”, complementou.
Esta foi a primeira condenação por atos racistas registrada nos tribunais criminais espanhóis, e os agressores também foram banidos de todos os estádios de futebol da Espanha por dois anos.
Membro dos Conselhos da Fifa e da Conmebol, Ednaldo Rodrigues é o primeiro presidente negro e nordestino da história da Confederação Brasileira de Futebol. No ano passado, ao tomar posse, prometeu que uma de suas prioridades no cargo seria combater o racismo no futebol ao redor do mundo.
Em 2023, o Ministério da Justiça, o Ministério das Relações Exteriores, a La Liga, a Federação Real Espanhola e o governo espanhol foram acionados pela CBF, que cobrou punições aos agressores de Vinicius Júnior. A Fifa, no último mês de maio, anunciou um plano global contra o racismo e adotou punições esportivas para casos de preconceito nos 211 países integrantes.