Presidente do Corinthians culpa oposição por rescisão da VaideBet: “Não aceitam que perderam a eleição”
Gazeta Esportiva
O presidente Augusto Melo, do Corinthians, concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, no CT Dr. Joaquim Grava. Um dos tópicos abordados foi a rescisão contratual da casa de aposta VaideBet, que ocupava o espaço máster na camisa. Nas palavras do mandatário, o principal responsável pelo distrato com a empresa é o grupo de oposição do clube.
“Os opositores que não querem o bem do Corinthians (são os culpados), que não aceitam que perderam a eleição. Será que são corintianos? Querem o bem do Corinthians? Eu sempre deixei claro que quero trabalhar para o próximo. Quanto melhor deixar o Corinthians, melhor ele será a cada gestão. Infelizmente as pessoas não querem o bem do Corinthians, usam o clube politicamente. Eles sabem que essa gestão está resgatando grandes empresas, que acreditam no Corinthians. Essa torcida dá retorno para qualquer grande empresa que investe no clube. Essas pessoas não querem o bem do clube, e afastam essas empresas. Temos só cinco meses de gestão, é uma reformulação total que o pessoal não aceita. Pegamos o clube em uma situação financeira, logo vocês vão saber a condição real do Corinthians. Com muito trabalho, com uma diretoria competente, vamos mudar de patamar”, comentou Augusto.
O presidente corintiano também falou sobre a negociação com a Rede Social Media Design Ltda, empresa intermediadora do acordo firmado com a VaideBet, no começo do ano.
“É outro absurdo que às vezes uma pessoa ou outra, de total irresponsabilidade, lançam isso em uma rede social sem saber. Primeiro, fiz a negociação. A partir daí foi para meu jurídico, não faço nada sem passar pelos órgãos que dão o aval. Nesse contrato, o jurídico analisou duas empresas, tanto a patrocinadora, como a intermediadora. A própria patrocinadora disse que chegou ao Corinthians via intermediadora. Não existe aditivo, é um contrato só, no jurídico. Tudo perfeito, e aí veio para mim assinar o contrato. Passou pelo jurídico, compliance, para eu assinar o contrato. Não teve comissão paga. A partir do momento que a patrocinadora interrompe o contrato, rompe o valor da comissão também. Todas as empresas que estamos trazendo ao Corinthians pagam antecipado e com valor mensal”, comentou.
No dia 20 de maio, foi divulgada uma notícia pelo jornalista Juca Kfouri, vinculando um esquema de laranja ligado ao intermediário que firmou o contrato entre VaideBet e Corinthians.
Semanas depois da divulgação da informação, a VaideBet informou em nota oficial a rescisão contratual. O clube, nas palavras de Augusto, já está em contato para repor o espaço deixado.
Questionado se teme sofrer impeachment ou se pode deixar o cargo, Augusto foi firme ao dizer que não há chance de isso ocorrer. “O impeachment não existe, não tem motivo para isso. Nem pensamos nisso, penso no Corinthians. E golpe ninguém vai dar aqui, pode ficar tranquilo. Fui eleito pelo voto popular do sócio, ninguém aguentava mais. Não vamos decepcionar. A gente é ser humano, erramos, cabe a nós ter humildade e corrigir”, disse.
Em relação aos possíveis erros de sua gestão, Augusto lamentou ter confiado em diretores que deixaram o clube recentemente e que, na visão do presidente, são “traídores”. O mandatário entende que neste momento está ocorrendo uma mudança de rota, com a chegada de novos integrantes, como o diretor jurídico Leonardo Pantaleão.
“Sou ser humano, errei e estou consertando. Traição é a pior coisa que existe na face da terra, e você nunca sabe de onde vem. Errei, e como disse em Bragança, agora vou errar pela minha caneta. Tentaram me controlar de toda forma, mas não me controlam. Sou sujeito homem e não vão me controlar jamais. Ganhei uma eleição e me propus a fazer o melhor para o Corinthians. Trabalho aqui por amor, coloco dinheiro do meu bolso aqui. A única coisa que o Corinthians me paga é gasolina, e mais nada. Errei em colocar pessoas que eu esperava que tivesse expertise e estou trocando. É uma nova diretoria, com pessoas que acreditam no desafio. Eu errei, mas estou corrigindo. Meu único erro foi acreditar nas pessoas erradas, Imaginava que seria uma diretoria técnica, capacitada. Assim que provaram que não seria isso, eu mudei. E não vamos errar agora. A política acabou, vou errar pela minha caneta”, finalizou.