Botafogo: Luís Castro critica demissão de técnicos em massa no Brasil
Sportbuzz
O técnico do Botafogo, Luis Castro, falou nesta sexta-feira, 14, sobre as mudanças constantes de técnicos no Brasil e criticou a postura. Segundo ele, esse costume faz com que o treinador seja o culpado independente do problema que venha a acontecer, como possíveis erros de jogadores e até do departamento médico, como o próprio citou.
"A forma alucinada como o futebol brasileiro tritura treinadores é surpreendente. Eu acho que a troca constante dos treinadores retira o poder de liderança. Porque todos à sua volta sabem que se algo falhar, só vai haver um responsável. Então pode haver um conjunto de desresponsabilização à minha volta que fere de morte o desenvolvimento de qualquer clube. Porque o jogador, se falhar, sabe que o treinador vai embora, o departamento de saúde, se falhar, sabe que o treinador vai embora. Então o treinador vai embora deixando para trás aqueles que são realmente responsáveis por o clube não ganhar. Então essa retirada é fatal quer no Brasil quer no mundo", afirmou.
Além da crítica sobre o cenário dos técnicos no futebol nacional, Castro também comentou sobre seu primeiro contato com o empresário e dono do Botafogo, John Textor. Segundo o português, enquanto sua equipe técnica ficava entusiasmada pelo projeto de reconstrução, ele pensou duas vezes antes de aceitar o novo desafio.
"Eu compartilhava com minha equipe, e eles diziam "é nossa cara". Eu dizia que preferia jogar em um clube para títulos, do que na reconstrução, é um risco grande, porque as pessoas estão esperando resultados muito grandes e podemos não ter. "Mas é a nossa cara porque podemos construir uma academia, uma metodologia de treino transversal, criar programas para desenvolver os mais jovens, pode reorganizar o futebol de baixo à cima. Mas eu dizia: "eu acho que não tem campo sequer para nós treinarmos". Mas esse é o desafio", finalizou.
Em outro trecho da entrevista realizada no programa "Seleção", do canal "SporTV", Castro confirmou o fato de não ter um campo para treinamentos à época e como foi o processo de escolha deste local. Agora com um pouco mais de estrutura e boa fase da equipe, o Botafogo segue na luta por uma vaga na Libertadores e enfrenta o Internacional, neste domingo, 16, pelo Brasileirão.