Ciclismo e natação aumentam restrições para pessoas trans
Sportbuzz
Os órgãos máximos do ciclismo e da natação, a União Ciclística Internacional (UCI) e a Federação Internacional de Natação (Fina), respectivamente, estabeleceram novas regras para a participação de atletas trans. Na modalidade terrestre, o novo regulamento foi divulgado no último dia 6, enquanto no esporte aquático, as imposições foram compartilhadas a público no último domingo, 19, durante o Mundial na Hungria.
A UCI definiu uma norma específica para mulheres trans: o intervalo de transição hormonal requerido passou de 12 meses para 24. A decisão foi tomada diante de novos estudos divulgados na área, que argumentam sobre o tempo de readaptação da massa magra e na capacidade de força aplicada para o gênero em questão.
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“As últimas publicações científicas demonstram claramente que o retorno dos marcadores de capacidade de resistência ao ‘nível feminino’ ocorre dentro de seis a oito meses sob baixa testosterona no sangue, enquanto as esperadas adaptações na massa muscular e força/potência muscular demoram muito mais – dois anos no mínimo, de acordo com um estudo recente”, apontava a publicação científica.
No caso das modalidades de natação, polo aquático, maratona aquática, salto artístico, entre outras, competidores que são homens trans poderão disputar tendo realizado a readequação de gênero em qualquer momento da vida. No entano, mulheres trans que tenham passado por uma “puberdade masculina” depois dos 12 anos não poderão participar.
Ambas organizações estabeleceram o limite máximo de 2,5 mmol/L de testosterona. “2,5 milimoles de testosterona é extremamente baixo até para pessoas que não são atletas. Então, a gente pode, sim, claramente, dizer que essa política de inclusão está basicamente excluindo todas as mulheres trans”, afirmou Joanna Maranhão, ex-nadadora que hoje integra o Conselho de Ética do COB, sobre o caso.