Messi tem razão
Sportbuzz
O árbitro parecia querer que eles empatassem o jogo”, Leo Messi.
O capitão e emblema da seleção argentina colocou o dedo na ferida e esclareceu: “Quando se está em campo, você dá conta de muitas coisas". Agora, ‘il capo de tutti i capi’ (“o chefe de todos os chefes”, na tradução), Gianni Infantino, ordenou a abertura de um processo contra o capitão da Argentina de acordo com o artigo 12 do Código Disciplinar da FIFA, que pune com “pelo menos uma partida por conduta antidesportiva em relação a um adversário”, mesmo quando a ofensa é cometida fora do campo de jogo.
Além da péssima arbitragem, que usou o excesso de cartões amarelos como forma de “deixar jogadores argentinos na estrada”, um jogador holandês provocou Messi quando Leo dava uma entrevista na televisão.
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Aqueles que viveram de perto as inúmeras artimanhas dos "capos" da FIFA concordam com ele, que deveríamos ter dado Maradona, quando o então "menino de ouro" disse "FIFA odeia futebol, chega de negócios, chega de mentir para as pessoas" ou “A Fifa é uma máfia”.
Em 24 de novembro deste ano, o Parlamento Europeu acusou publicamente a liderança da FIFA de ‘corrupção sistêmica e desenfreada’. O promotor suíço, Stefan Keller, está investigando Infantino como responsável por crimes graves. Pelo menos a partir da Copa do Mundo de 1990, as irregularidades se acumularam a tal ponto que James B. Comey, diretor-geral do FBI, em uma investigação com dezenas de detentos, declarou publicamente: “Propinas e dinheiro ilegal tornaram-se a moeda comum de fazer negócios dentro da FIFA, até criar uma cultura de corrupção que apodreceu o maior esporte do mundo”.
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Dirigentes do futebol fizeram indignações em vários países. Nos Estados Unidos, Suíça e Itália, dezenas de processos criminais revelaram como as apostas legais e clandestinas são manipuladas e manobras para entregar juízes, decidir resultados de partidas, eliminar rivais e inventar campeões.
É famosa a investigação, na Itália, que acabou tirando dois títulos de campeão da ‘Vecchia Signora’ (“Velha Senhora”, apelido da Juventus), porque o diretor-geral da Juve os havia obtido por corrupção de juízes. Ou os 100 milhões de liras que o presidente da Roma (Dino Viola) pagou a um árbitro para que a sua equipa, numa eliminatória europeia, recuperasse de 0-2 com uma vitória pontual por 3-0.
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Hoje com as apostas online, que movimentam centenas de milhões de dólares, quem souber antecipadamente o resultado de uma partida, ou quem for eliminado, pode jogar pelo seguro e obter um novo filão de benefícios. A nova tecnologia também pode ser manipulada e "interpretada".
Para a próxima terça-feira (data da semifinal entre Argentina e Croácia), estou mais preocupado com Infantino do que com Modric.
*Ex-embaixador em Roma e ex-vice-presidente da Argentina.
Texto traduzido da Perfil Argentina.