NBA: como Jamal Murray se tornou peça-chave nos Nuggets de Nikola Jokic?

Não é segredo que o principal nome do Denver Nuggets se chama Nikola Jokic. E isso, já há um bom tempo. O duas vezes MVP da NBA - e que quase levou o terceiro prêmio consecutivo - vem dominando adversários e conseguiu um feito histórico ao liderar a equipe às finais da liga. Mas, é claro, Jokic não alcançou esse posto sozinho. E dentre tantas estrelas na equipe, uma vem chamando muito a atenção na temporada e, principalmente, nos playoffs: Jamal Murray.

Com apenas 26 anos, o armador dos Nuggets nasceu e cresceu em Kitchener, Ontário, e foi escolhido no Draft por Denver, tendo 2016-17 como sua primeira temporada na NBA. Inicialmente, conseguiu um contrato de 2 anos e US$14.5 milhões, por ter sido selecionado na sétima escolha geral do Draft. E desde o início já mostrou que era uma boa aquisição da franquia.

Em 2017, Murray foi nomeado MVP do Rising Stars Challenge, após anotar 36 pontos e 11 assistências. No mesmo ano, contra os Pelicans, marcou 30 pontos na vitória por 122 a 106 e, no fim da temporada, acabou sendo eleito para o segundo time da NBA. E a progressão de Murray, dentro do elenco dos Nuggets, foi consistente. E mostrou, também, ser decisivo quando, em 2018, na primeira aparição nos playoffs, teve 48 pontos na vitória contra o Boston Celtics. E a média, desde então, se mostrou ser constante.

No jogo 3 das finais contra o Miami Heat, Jokic e Jamal Murray uniram forças para levar os Nuggets à sua maior vitória na história da franquia. 109 a 94, com dois jogadores anotando triplo-duplo: Nikola e Jamal. Voltando a liderar a série, Jokic, duas vezes MVP, anotou 32 pontos, 21 rebotes e 10 assistências e se tornou o primeiro jogador na história das finais da NBA a ter um jogo 30-20-10. Já Murray marcou 34 pontos, 10 rebotes e 10 assistências. Inclusive, uma média de assistência alta para ambos, que fora de casa, nos playoffs, não conseguiam performar desta forma, até então.

Para o Miami Heat, a última partida foi um completo pesadelo. Enquanto a defesa se preocupava com o imparável Nikola Jokic - o que não adiantou - Jamal Murray estava castigando o placar com diversas bolas de Jimmy Butler, que estava na marcação, mal conseguiu acompanhar o ritmo do adversário.

O desempenho histórico de Jokic e Murray fez com que ambos assumissem o título de Melhor Dupla da NBA, atualmente. No jogo 3, separaram a defesa consistente do Miami, que teve uma boa atuação no jogo 2. Foi possível observar uma eficaz quebra de cobertura de zona e, principalmente, deixaram os jogadores do Heat perdidos com qual seria a prioridade de marcação. No fim, tanto Nikola quanto Jamal se beneficiaram, somando 64 pontos dos 109 anotados por Denver.

“Eu diria que é a confiança. Essa foi a melhor maneira de trazer isso de volta”, afirmou Jamal Murray, em entrevista coletiva, após o terceiro jogo das finais da NBA. “É só ler o jogo e confiar que o outro vai fazer a jogada certa. Se ele jogar para mim, ele sabe e espera o que vai ver de mim, e sabe a intensidade com que estou jogando. Eu sei quando ele está ultrapassando, eu sei quando ele está querendo marcar, eu sei quando ele é o melhor jogador em quadra, eu sei quando ele está demorando para entrar no jogo”, completou, comentando sobre a química com Nikola Jokic.

O entrosamento entre Jokic e Murray é um dos principais trunfos do Denver Nuggets nas finais da NBA. Química esta que foi construída por anos de trabalho conjunto em quadra. E que está colhendo frutos nos playoffs, mostrando a força dominante mesmo contra times mais favoritos, como o Los Angeles Lakers, que foi varrido nas finais do Oeste.

Agora, para o Miami Heat ficou muito claro que não basta se preocupar apenas com as atuações avassaladoras de Nikola Jokic. Marcar o sérvio sem pressionar Murray acaba sendo o mesmo que nada, visto a alta média do atleta "prata da casa". Principalmente pela inteligência e eficiência em campo, crescendo, principalmente, nos momentos de maior pressão sob o Denver Nuggets.

Agora, Miami Heat e Denver Nuggets se enfrentam pelo jogo 4 das finais da NBA nesta sexta-feira (9), às 21h30 (de Brasília), no Kaseya Center, em Miami, com transmissão ao vivo no canal ESPN e na plataforma de streaming Star+. Caso Jokic e Murray consigam mais uma vitória, voltam para Denver com a chance de conquistar o título da liga em casa.